Vida e martírio da Beata Isabel Cristina são narrados em documentário

documentario-isabel-cristina-791x450-1A vida e o sacrifício da Beata Isabel Cristina, martirizada em Juiz de Fora, em 1982, poderão ser conhecidos pelos devotos por meio do documentário “Isabel Cristina: uma história de martírio”. Produzido pela Lumine, serviço de streaming católico, o filme estreia no próximo dia 22 de outubro.

Trazendo cenas de documentário e ficção, a obra retrata a vida de Isabel Cristina Mrad Campos, que, aos 20 anos, foi vítima de um assassinato por um homem que foi até a sua casa para montar um móvel e tentou violentá-la. Devido ao modo como viveu e morreu, defendendo os valores cristãos, a jovem mineira foi declarada Mártir pelo Papa Francisco em outubro de 2020 e beatificada em 10 de dezembro de 2022. “O martírio foi a cereja do bolo. A santidade de Isabel não está só no martírio de sangue, mas é o resultado de uma vida de entrega ao outro”, declarou Bernadete Andrada, amiga de Isabel Cristina, no documentário.

Com depoimentos de familiares, amigos, moradores de Barbacena (MG), cidade natal de Isabel Cristina, e autoridades da Igreja, o filme apresenta informações sobre os trágicos momentos derradeiros da Beata. Além disso, detalhes inspiradores e menos conhecidos de sua vida, como sua devoção aos santos, a caridade ao próximo, a delicadeza para com os pobres e os doentes também são contados.

Nas cenas ficcionais, os cineastas Gustavo Leite e Julia Sondermann, junto à atriz Cris Eifler, reconstituem episódios que os entrevistados descrevem durante as conversas. “Foi tocante conhecer a vida dela, a determinação na sua fé, sua bondade e poder contar essa história”, descreveu a intérprete de Isabel Cristina, Cris Eifler, sobre sua participação na obra.

Um dos momentos de maior tensão no documentário é quando o crime sofrido pela Beata é representado. Em relação a essa cena, os diretores escolheram abordar o acontecimento de forma mais respeitosa. “Decidimos não mostrar. A porta se fecha e não vemos o que acontece. Achamos que essa era a forma mais honrada e respeitável de contar a história dela, sem deixar de abordar o que aconteceu”, afirmaram.

Por que fazer um documentário sobre a Beata Isabel Cristina?

isabel-cristina cartaz-400x600-1A ideia de fazer um documentário sobre a vida da Virgem e Mártir Isabel Cristina nasceu na Paróquia Nossa Senhora da Piedade, em Barbacena, comunidade de fé que ela e os seus pais frequentavam. Segundo o Pároco local, Monsenhor Danival Milagres, a proposta surgiu a partir de uma conversa entre ele e um então agente da Pastoral da Comunicação (Pascom) da paróquia, Gustavo Grossi.

“Quando o grande evento da beatificação era eminente, eu vi toda a movimentação da paróquia para fazer algo memorável e observei que esses esforços estavam causando um grande impacto entre os fiéis locais. Sabíamos que a população da nossa região estava engajada, mas faltava algo que pudesse contar essa história para todo o Brasil e, por que não, para o mundo; explorar os canais audiovisuais — sobretudo os digitais —, que têm um potencial infinito de impactar e converter as pessoas; fortalecer e dar um próximo passo no processo de canonização”, contou Gustavo sobre o que despertou o seu interesse para a ideia de um documentário sobre a Beata.

“Barbacena iria receber o clero, parentes, colegas e amigos da Beata, membros do Vaticano, fora os milhares de fiéis. A oportunidade de documentar isso não poderia ser perdida, jamais aconteceria de novo. Àquela altura, a poucos meses do evento, eu só sabia que precisava criar um documentário. Prometi que o faria de um jeito ou de outro”, complementou Gustavo.

A partir dessa sugestão inicial, e com o aval de Monsenhor Danival, Gustavo entrou em contato com a Lumine, uma vez que era assinante da plataforma e conhecia o trabalho deles. A primeira conversa com a produtora ocorreu ainda em outubro de 2022. “No fim das contas, eu fui apenas a pessoa que agregou as peças do jogo. Eu não era o mais engajado dos paroquianos, tampouco sabia como produzir um filme, mas tinha um propósito firme”, disse Gustavo.

Em dezembro de 2022, às vésperas da cerimônia, eles já iniciaram os trabalhos de produção e gravação com as pessoas envolvidas no processo de beatificação, familiares, etc. Ainda registraram a celebração que elevou Isabel Cristina à honra dos altares e o translado dos seus restos mortais do Santuário de Nossa Senhora da Piedade para a capela que será dedicada a ela.

Para Monsenhor Danival, a obra poderá ajudar a propagar a vida e a santidade de Isabel Cristina, bem como fazer crescer a devoção à Beata. “Sem dúvida, será uma grande oportunidade para divulgar a vida e a história desta Beata, jovem Mártir, porque a beatificação tem como objetivo também dar publicidade à fama de santidade de um Beato”, destacou.

Após quase um ano de produção, o documentário “Isabel Cristina: uma história de martírio” poderá finalmente ser assistido pelo público. A estreia será no dia 22 de outubro (domingo), às 20h, pelo canal do YouTube da Lumine.

Quem foi a Beata Isabel Cristina?

isabel-cristina-312x450-1Isabel Cristina Mrad Campos nasceu em Barbacena, em 29 de julho de 1962. De uma família católica, cresceu cultivando os valores cristãos. Com os seus pais, aprendeu a testemunhar a fé pela caridade, vivendo a espiritualidade vicentina e despertando uma sensibilidade para ajudar aos pobres e mais necessitados.

A jovem barbacenense tinha o sonho de cursar Medicina e seguir carreira como pediatra. Por isso, mudou-se para Juiz de Fora (MG), em 1982, a fim de se preparar para o vestibular. Residia com o seu irmão em um apartamento, quando no dia 1º de setembro foi vítima de uma brutal violência: um homem, que foi até a sua casa para montar um guarda-roupa, tentou estuprá-la.

Isabel Cristina resistiu à violência sofrida, lutando bravamente contra o agressor e defendo os seus valores cristãos. Diante da resistência, o agressor deferiu 15 facadas contra a jovem, matando-a. Pelo modo como Isabel Cristina morreu, defendendo os valores da castidade, e pela forma como viveu, em 26 de janeiro de 2001 foi instaurado em Barbacena o seu processo de beatificação, tendo sido encerrado em âmbito arquidiocesano em 1º de setembro de 2009.

Em 27 de outubro de 2020, o seu martírio foi reconhecido pelo Papa Francisco. Isabel Cristina foi proclamada beata no dia 10 de dezembro de 2022, às 10h, em cerimônia realizada no Parque de Exposições Senador Bias Fortes, em Barbacena (MG). A celebração litúrgica da Beata Isabel Cristina será no dia 1º de setembro, data em que ela sofreu o martírio e nasceu para o céu.

Assista ao trailer da produção: youtu.be/75ph5dlnPZE

Fonte: site da Arquidiocese de Juiz de Fora
*Com informações da Arquidiocese de Mariana
**Imagens: Lumine/Divulgação

Igreja no Brasil lança campanha para apoiar comunidades que sofrem com a estiagem na Amazônia

SOS-AmazoniaA estiagem nos territórios amazônidas atingiu um nível alarmante neste ano. As consequências afetam o volume dos rios e estão atingindo diretamente diversas comunidades que sobrevivem diretamente da biodiversidade dos rios. São territórios rurais que, com a intensidade das secas deste ano, ficam isoladas e necessitam de auxílio para se alimentar e ter acesso a água potável.

“Estamos enfrentando uma estiagem como nunca vista antes por aqui. Dependemos do rio, somos um povo da água. Os rios são tudo para nós, e a nossa sobrevivência está na dependência dos rios. A situação ambiental está cada dia mais agravante, e as populações vulneráveis são as que mais sofrem. Nosso coração sofre quando vemos essa situação, e precisamos de ajuda urgente.” diz Márcia Miranda, agente da Cáritas Brasileira Articulação Norte 1, em Manaus.

Dados divulgados pelo Governo do Amazonas no início de outubro indicam que já são mais de 50 mil famílias afetadas pela estiagem, em um total de 200 mil pessoas que estão com dificuldades em todo o estado. São 24 municípios em estado de emergência em todo o Rio Solimões.

Frente a esse contexto preocupante, a Cáritas Brasileira e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em parceria com a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil), lançam a campanha “SOS AMAZÔNIA: APOIE A VIDA, DOE AGORA”, com o objetivo de auxiliar as famílias que estão passando por dificuldades neste período emergencial na Amazônia. Os recursos arrecadados pela campanha serão utilizados para aquisição de produtos de primeira necessidade, que serão distribuídos para as famílias atendidas pela rede de solidariedade da igreja católica nas regiões impactadas pela estiagem.

Faça sua doação agora e integre essa rede de solidariedade em defesa da vida do povo da Amazônia!

Serviço

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O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.">Fonte: Site da CNBB

Homenagem ao Arcebispo Emérito: conheça mais sobre Dom Eurico dos Santos Veloso

dom eurico 2O Arcebispo Emérito de Juiz de Fora, Dom Eurico dos Santos Veloso dedicou a maior parte dos 90 anos de vida ao serviço a Deus. Como profetizado no nascimento: “esse aqui vai ser um padre”.

Ele se tornou padre, arcebispo, referência na formação de novos sacerdotes e construiu um legado pautado no desejo de sempre evangelizar a toda gente.

Agora, como homenagem a seu serviço em prol do Reino de Deus, trazemos a entrevista exclusiva dada por ele por ocasião de seus 90 anos de vida, em abril deste ano, para o Jornal Folha Missionária.

Como surgiu, em sua vida, o chamado à vocação sacerdotal?

Sou natural de Juiz de Fora, nascido no Distrito de Sarandy, hoje Sarandira. Tive mais 6 irmãos. Meus pais sempre demonstraram uma operante fé em Deus, não só com as simples e fervorosas orações diárias, que as rezo diariamente, mas também na prática do servir, pois papai foi sempre o sacristão da Igreja Matriz, sabendo ajudar nas celebrações sacramentais, ainda na língua latina, e em outros serviços eclesiais. Mamãe, membro do Apostolado de Oração, coordenava a limpeza e ornamentação dos altares. A minha Primeira Comunhão se deu quando tinha 7 anos e, em seguida, me tornei “coroinha”. Na Escola local, tive ótima professora que não se descuidava de uma boa catequese infantil. Na medida em que podia e tinha condições, ajudava em casa no que era determinado pela minha mãe e a meu pai, que confeccionava colchões, esteira de taquara e era o encarregado da parte elétrica do Distrito. Foi nesse ambiente religioso que iniciou a primeira “ideia” de ser padre. Em 1946, para terminar o curso primário, tive que vir para Juiz de Fora. Trabalhava em casa de alguma família conhecida e estudava no curso noturno, nos “Grupos Centrais”, área reservada ao “Estêvão de Oliveira”. Tive um ótimo professor de Religião, sr. Wilson de Lima Bastos. Terminado o 4º ano, comecei a trabalhar numa padaria e depois em uma fábrica. Frequentava a Comunidade da Igreja da Glória e ajudava nos cuidados gerais na Igreja de São Roque. Participava da Congregação Mariana da Catedral, quando seu presidente me per- guntou: “você quer ser padre?”. E deu-me o livro: “O que é ser padre”. Lí a obra e refleti com muita atenção, rezando e até mesmo fazendo algum sacrifício, penitência, para dar um “SIM”, se esta fosse a vontade de Deus. E foi assim que procurei orientar-me com o Pároco. Depois de ter comunicado a meus pais a minha decisão, fui aceito pelo Reitor, Pe. Wilson Valle da Costa, e ingressei no Seminário Menor Santo Antônio, iniciando o denominado Curso Ginasial. Jamais me arrependi deste “SIM”, apesar dos obstáculos surgidos. No Seminário, muito me encorajou foi o exemplo de seminarista surdo, Vicente Penido Burnier, que, terminado os Cursos de Filosofia e Teologia, aguardava a licença do Papa Pio II.

Qual é a importância de Dom Justino José de Santana, primeiro bispo de Juiz de Fora, em sua trajetória vocacional?

Conheci a Dom Justino pela sua presença frequente no Seminário e quando estava com ele, ajudando na celebração da Crisma. No tempo em que com ele eu convivi, sempre me chamou a atenção: o seu grande amor ao Seminário, à construção da Catedral, a ter o jornal diocesano “O Lampadário” e ao Patronato São José; o seu cuidado com a continuidade da formação do Presbitério; as suas constantes e frequentes Visitas Pastorais, ou celebrações da Crisma, tendo contato com todos os fiéis diocesanos; o seu relacionamento simples, a sua acolhida paterna e fraterna aos seminaristas, aos padres e ao povo de Deus; e seu espírito de pobreza, que era invejável.

Qual é o sentimento que aflora ao completar 9 décadas de vida, das quais mais de 60 anos são dedicados ao serviço em prol do Reino de Deus?

GRATIDÃO: a Deus, à intercessão constante de Maria, Mãe de Cristo (Senhora do Livramento, das Mercês, da Luz); à proteção de Santa Teresinha de Lisieux, à Santa Rita, a São João Paulo II; ao auxílio dos fiéis colaboradores, paroquianos e diocesanos. Por isso, hoje, como emérito, a minha primeira obrigação é a Ação de Graças por tudo o que aconteceu no meu ministério paroquial e diocesano.

Em 90 anos de vida, o sr. acompanhou o crescimento da Diocese de Juiz de Fora, que completará 100 anos em fevereiro de 2024. Em sua opinião, quais são as principais marcas da história de nossa Igreja Particular?

Embora, quando foi criada em 1924, era bem maior que nos dias de hoje, sempre teve um pastoreio seguro e fiel, um presbitério unido, suficiente e obediente às normas eclesiais e poucos abandonaram o ministério presbiteral. Acolheu sempre as Congregações Religiosas que tiveram a Sede de suas Comunidades ou Paróquias sob a Jurisdição do Bispo local. A não ser o primeiro Bispo, Dom Justino, os demais tiveram um tempo menor, também eficiente, no pastoreio. Com relação ao Laicato, sempre teve sua voz e vez através dos Conselhos Diocesanos e Paroquiais e do próprio Conselho do Laicato constituído nesta Igreja Particular. O mesmo se diz das Associações Pastorais, Grupos de Serviços, CEBs, Comunidades laicais de Sede ou de Aliança.

O senhor tem muitas histórias para contar de seu pastoreio e também construiu novas narrativas na Arquidiocese de Juiz de Fora. Alguma delas ficou mais presente em sua lembrança?

A instituição, formação e ordenação dos primeiros 25 Diáconos Leigos na Arquidiocese. A tentativa de experimentar a formação presbiteral e ordenação de vocacionados adultos, médicos, professores, ou Arrimos de Família (impedidos de passar pelo Seminário, em regime de internato) com um Curso Presbiteral complementar, especializado, sem residir no Seminário, mas tendo reuniões de formação, retiros espirituais periódicos e acompanhados pelos respectivos párocos, e ordenados depois de um ano dedicado totalmente à pastoral eclesial diocesana. Visava, com esta experiência, a formação de padres para as Dioceses da Amazônia.

Fonte: site da Arquidiocese de Juiz de Fora, com colaboração da Folha Missionária e Rádio Catedral de JF

 

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