Morro do Cristo: o pioneirismo de Juiz de Fora em homenagear o Redentor no Brasil

Cristo-No-morro-do-CristoO Cristo Redentor em Juiz de Fora foi construído em um ponto alto da cidade, cujo sopé, ou seja, a base, encontra-se na área central, de onde abençoa todo o seu povo.

A homenagem juiz-forana foi erguida antes do carioca, pois está lá há 115, quase 116, dos 172 anos que Juiz de Fora completou recentemente, enquanto, em 2021, a obra do Rio de Janeiro chegou ao centenário de início.

O monumento mudou o nome do local, antes era “do Imperador”, numa referência à visita de Dom Pedro II em 1861. O morro tem mais de 900 metros de altitude, proporcionando vista panorâmica da região central de Juiz de Fora.

Em 24 de maio de 1990, foram tombadas as “Vertentes Setentrional e Oriental do Morro do Redentor”, incluindo os aspectos paisagísticos constituídos pela formação rochosa, a mata e o monumento ao Cristo Redentor.

O empreendimento teve início em maio de 1905 e concluída em novembro do mesmo ano. A inauguração foi em julho do ano seguinte. E uma curiosidade: o nome oficial do morro é Morro do Redentor, mas muitos juiz-foranos preferem mesmo chamar de Morro do Cristo.

Do “Imperador” ao “Cristo”

Os registros da obra do monumento ao Cristo Redentor estão no Arquivo Histórico do Museu Mariano Procópio.

A instituição já destacou em uma publicação de “A Peça da Semana” nas redes sociais, a imagem do projeto da elaboração e execução da obra, que foram conduzidas pela Companhia “Pantaleone Arcuri & Spinelli”. Era uma das construtoras mais importantes da cidade, responsável pela edificação de imóveis que caracterizam a paisagem de Juiz de Fora, como o Cine-Teatro Central.

O escultura possui 25 metros de altura. A imagem, com 3,75 metros, foi importada da Maison Raffe, de Paris. Sua inauguração colocou o município na vanguarda da representação do Cristo Redentor em monumentos públicos.

Seu projeto, documento importante para a memória e história da cidade, foi doado ao Museu “Mariano Procópio” pelos filhos de Pantaleone Arcuri em 1967.

Segundo a historiadora da Fundação Museu Mariano Procópio, Rosane Carmanini Ferraz, as fotos também pertencem ao acervo da Empresa Pantaleone Arcuri e foram doadas para o acervo do Museu por Arthur Arcuri, diretor da Instituição entre os anos de 1983 e 1997.

“Símbolo da Presença de Deus no meio de Juiz de Fora”

Um símbolo do Catolicismo presente em Juiz de Fora, como comenta o Arcebispo Metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira. “Quero congratular-me como todos os juiz-foranos por esse monumento extraordinário, erguido num dos morros, no centro da cidade, inaugurado em 1906. Esse monumento foi criado por uma associação católica chamada Pão de Santo Antônio que existia, e existe até hoje em outros lugares, para acudir os pobres. Este monumento foi erguido como primeiro monumento a Cristo Redentor em todo o Brasil, mesmo antes do Cristo do Rio de Janeiro. Para nós é uma honra e uma benção”.

Um trecho do hino de Juiz de Fora diz que “É a cidade aclamada, do trabalho e da instrução, é do Cristo abençoada, sob o sol da religião”. Segundo Dom Gil é uma imagem que evoca a bênção para a cidade. “Ele simboliza a benção que nós todos queremos ter do céu para essa cidade. Portanto desde 1906 esse símbolo de benção e de presença de Cristo em nós é erguido, e continua sendo algo de grande importância”, explicou ele.

Além disso, conforme o Arcebispo, uma imagem para ser contemplada fisicamente, mas com o objetivo de estar em sintonia com o céu e confirmar a presença do Senhor em nosso meio. “Ao contemplar esse monumento, nosso coração se põe em sintonia com o céu, sabendo que Jesus Ressuscitado continua no nosso meio. Ele mesmo disse ‘eis que estarei convoco todos os dias até o fim dos tempos’, registrou São Mateus, como última palavra de seu texto do evangelho. Portanto, essa imagem do evangelho, esta estatua é um símbolo forte da presença do Senhor no meio de Juiz de Fora”.

O espaço, que pode ser visitado gratuitamente, no topo do morro com o monumento ao Cristo Redentor possui uma praça com vista de Juiz de Fora e fica na Estada Engenheiro Gentil Forn, Bairro São Pedro, na Cidade Alta.

Fonte: Site da Rádio Catedral de JF

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