Em novo livro, Dom Edson Oriolo reflete sobre a “Ação Pastoral na Dinâmica do Novo Normal”

acao-pastoral-novo-normalA Edições CNBB, editora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lançará em breve o livro “A Ação Pastoral na dinâmica do novo normal”, de autoria de dom Edson Oriolo, bispo de Leopoldina (MG). A obra visa iluminar o pensamento da dinâmica evangelizadora da Igreja diante da crise pandêmica que assola o Brasil e o mundo.

O bispo escreveu uma série de artigos em que analisa o impacto da pandemia no agir da missão, com o desejo de trazer luzes para a ação pós-pandemia. “Dessa maneira, penso que poderão nos ajudar a reorganizar, reinventar, repensar, redesenhar e redescobrir estratégias e metas para que – criativos e ativos – alcancemos os objetivos Gerais da Ação Evangelizadora no Brasil 2019-2023”, afirma dom Edson.

A série de artigos aborda temas importantes que ajudam a pensar a evangelização nos dias atuais. Nesse aspecto, para fins de clareza da compreensão, dom Edson elaborou o texto a partir de três eixos: a perspectiva eclesiológica, a perspectiva midiática e a perspectiva pastoral. Estão didaticamente divididos em capítulos intitulados “olhares”.

No que concerne à perspectiva eclesiológica-celebrativa, estão inseridos os seguintes títulos: “Renovação Eclesial inadiável”; “O Sacerdote mistagogo”; “Igreja: Corpo Místico de Cristo”; “A procrastinação na atualidade”; “A Celebração Eucarística na sociedade do espetáculo”; “Celebrar a beleza da fé” e “A Igreja pensada em ‘rede’”.

A perspectiva referente à questão midiática compreende os artigos: “Lives na Evangelização”; “Redes Sociais”; “Notícias falsas na contemporaneidade” e “Fomo ou Jomo? Eis a questão”. O eixo pastoral está contemplado pelos artigos: “Economia de Jesus”; “Comunhão, solidariedade e humanização”; “A generosidade”; “#fiqueemfamília”; “Fraternidade e vida em tempos de coronavírus”; “Na invisibilidade de um vírus, a visibilidade de um crucifixo que impõe silêncio”; “Tempo e espaço na dinâmica da Evangelização”; e “Pistas para a Ação Evangelizadora”.

O bispo sugere que esses artigos sejam analisados à luz dos objetivos da ação evangelizadora da Igreja no Brasil (2019-2023), como um apoio para uma leitura da ação pastoral. “Não aconselhamos que sejam lidos de uma só vez: é interessante que, de acordo com a realidade vivenciada, sejam refletidos com as forças vivas das paróquias, comunidades eclesiais missionárias, pastorais, movimentos etc. Esse ‘novo normal’ está apontando caminhos, tendências, estratégias, demandas, perguntas e respostas para evangelização no mundo urbano”, sugeriu dom Edson.

Covid-19 e a Ação Evangelizadora da Igreja

Dom Edson salienta que a crise sanitária ocasionada pelo surto da Covid-19 repercute na ação evangelizadora, levando-os a refazer planos, adiar compromissos, reconsiderar metas. “Modifica grandemente projetos e ações imediatas, imperativos para cumprir a missão de evangelizar, sobretudo o anúncio da Palavra de Deus, a administração dos Sacramentos e o cuidado para com os últimos da sociedade”, afirma.

Mesmo diante de uma crise com tal dimensão, dom Edson reitera que a missão da Igreja no Brasil é importantíssima e não pode parar: “Diante de nós, ela se apresenta com premência na responsabilidade de ‘evangelizar no Brasil cada vez mais urbano, pelo anúncio da Palavra de Deus, formando discípulos e discípulas de Jesus Cristo, em comunidades eclesiais missionárias, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, cuidando da Casa Comum e testemunhando o Reino de Deus rumo à plenitude’ (Doc. CNBB 109, Objetivo Geral)”, finaliza.

Em breve, o livro estará disponível para venda no site da Editora da CNBB.

Livro sobre o Dízimo

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Dom Edson Oriolo lançou, no último dia 9 de dezembro, seu mais recente livro sobre o “Dízimo”, com ênfase nas dimensões administrativas e pastorais. O conteúdo ajuda a esclarecer conceitos sobre o recebimento (ganho) e a administração (uso), evidenciando as perspectivas do “recebimento” e sua dinâmica “pastoral”, além do âmbito da “administração” dos recursos.

“O dízimo como pastoral deve ser precedido pela convicção de que evangelizar é vocação essencial da Igreja. Em relação ao receber, precisamos entender a dinâmica da eclesialidade e da missionariedade. O dízimo leva as pessoas a formarem a consciência da partilha, da generosidade e da solidariedade”, comentou o autor.

Assina o prefácio o arcebispo de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor de Oliveira Azevedo, que destaca a obra como uma busca acertada para estudos, sendo uma reflexão importante para a missão evangelizadora da Igreja. “Neste estudo, Oriolo apresenta a largueza da trilogia que configura a Pastoral do Dízimo no cuidado com a evangelização, com as celebrações e com os pobres, comprovando a Pastoral do Dízimo como verdadeira escola do Evangelho”, comentou.

*Fontes: Site da CNBB e Diocese de Leopoldina

Papa Francisco convoca o “Ano de São José”

Ano-de-Sao-JosePai amado, pai na ternura, na obediência e no acolhimento; pai com coragem criativa, trabalhador, sempre na sombra: com estas palavras, o Papa Francisco descreve São José. E o faz na Carta apostólica “Patris corde – Com coração de Pai”, publicada nesta terça-feira (8) por ocasião dos 150 anos da declaração do Esposo de Maria como Padroeiro da Igreja Católica.

Com o decreto Quemadmodum Deus, assinado em 8 de dezembro de 1870, o Beato Pio IX quis dar este título a São José. Para celebrar esta data, o Pontífice convocou um “Ano” especial dedicado ao Pai putativo de Jesus até 8 de dezembro de 2021.

Protagonismo sem paralelo

A Carta apostólica traz os sinais da pandemia da Covid-19, que – escreve Francisco – nos fez compreender a importância das pessoas comuns, aquelas que, distantes dos holofotes, exercitam todos os dias paciência e infundem esperança, semeando corresponsabilidade. Justamente como São José, “o homem que passa desapercebido, o homem da presença cotidiana discreta e escondida”.

E mesmo assim, o seu é “um protagonismo sem paralelo na história da salvação”. Com efeito, São José expressou concretamente a sua paternidade ao ter convertido a sua vocação humana “na oblação sobre-humana de si mesmo ao serviço do Messias”. E por isto ele “foi sempre muito amado pelo povo cristão” (1).

Nele, “Jesus viu a ternura de Deus”, que “nos faz aceitar a nossa fraqueza”, através da qual se realiza a maior parte dos desígnios divinos. Deus, de fato, “não nos condena, mas nos acolhe, nos abraça, nos ampara e nos perdoa” (2). José é pai também na obediência a Deus: com o seu ‘fiat’, salva Maria e Jesus e ensina a seu Filho a “fazer a vontade do Pai”, cooperando “ao grande mistério da Redenção” (3).

Exemplo para os homens de hoje

Ao mesmo tempo, José é “pai no acolhimento”, porque “acolhe Maria sem colocar condições prévias”, um gesto importante ainda hoje – afirma Francisco – “neste mundo onde é patente a violência psicológica, verbal e física contra a mulher”. Mas o Esposo de Maria é também aquele que, confiante no Senhor, acolhe na sua vida os acontecimentos que não compreende com um protagonismo “corajoso e forte”, que deriva “da fortaleza que nos vem do Espírito Santo”.

Através de São José, é como se Deus nos repetisse: “Não tenhais medo!”, porque “a fé dá significado a todos os acontecimentos, sejam eles felizes ou tristes”. O acolhimento praticado pelo pai de Jesus “convida-nos a receber os outros, sem exclusões, tal como são”, com “uma predileção especial pelos mais frágeis” (4).

“Patris corde” evidencia, ainda, “a coragem criativa” de São José, “o qual sabe transformar um problema numa oportunidade, antepondo sempre a sua confiança na Providência”. Ele enfrenta os “problemas concretos” da sua Família, exatamente como fazem as outras famílias do mundo, em especial aquelas migrantes. Protetor de Jesus e de Maria, José “não pode deixar de ser o Guardião da Igreja”, da sua maternidade e do Corpo de Cristo: todo necessitado é “o Menino” que José continua a guardar e de quem se pode aprender a “amar a Igreja e os pobres” (5).

A dignidade do trabalho

Honesto carpinteiro, o Esposo de Maria nos ensina também “o valor, a dignidade e a alegria” de “comer o pão fruto do próprio trabalho”. Esta acepção do pai de Jesus oferece ao Papa a ocasião para lançar um apelo a favor do trabalho, que se tornou uma “urgente questão social” até mesmo nos países com certo nível de bem-estar.

“É necessário tomar renovada consciência do significado do trabalho que dignifica”, escreve Francisco, que “torna-se participação na própria obra da salvação” e “oportunidade de realização” para si mesmos e para a própria família, “núcleo originário da sociedade”. Eis então a exortação que o Pontífice faz a todos para “redescobrir o valor, a importância e a necessidade do trabalho”, para “dar origem a uma nova «normalidade», em que ninguém seja excluído”. Em especial, diante do agravar-se do desemprego por causa da pandemia da Covid-19, o Papa pede a todos que se empenhem para que se possa dizer: ”Nenhum jovem, nenhuma pessoa, nenhuma família sem trabalho!” (6).

“Não se nasce pai, torna-se tal”

“Não se nasce pai, torna-se tal”, afirma ainda Francisco, porque “se cuida responsavelmente” de um filho, assumindo a responsabilidade pela sua vida. Infelizmente, na sociedade atual, “muitas vezes os filhos parecem ser órfãos de pais” que sejam capazes de “introduzir o filho na experiência da vida”, sem prendê-lo “nem subjugá-lo”, mas tornando-o “capaz de opções, de liberdade, de partir”.

Neste sentido, José recebeu o apelativo de “castíssimo”, que é “o contrário da posse”: ele, com efeito, “soube amar de maneira extraordinariamente livre”, “soube descentralizar-se” para colocar no centro da sua vida Jesus e Maria. A sua felicidade está no “dom de si mesmo”: nunca frustrado e sempre confiante, José permanece em silêncio, sem lamentações, mas realizando “gestos concretos de confiança”. A sua figura, portanto, é exemplar, evidencia o Papa, num mundo que “precisa de pais e rejeita os dominadores”, rejeita quem confunde “autoridade com autoritarismo, serviço com servilismo, confronto com opressão, caridade com assistencialismo, força com destruição”.

Na décima nota, “Patris corde” revela também um hábito da vida de Francisco: todos os dias, o Pontífice reza uma oração ao Esposo de Maria “tirada dum livro francês de devoções, do século XIX, da Congregação das Religiosas de Jesus e Maria”. Trata-se de uma oração que “expressa devoção e confiança” a São José, mas também “certo desafio”, explica o Papa, porque se conclui com estas palavras: “Que não se diga que eu Vos invoquei em vão, e dado que tudo podeis junto de Jesus e Maria, mostrai-me que a vossa bondade é tão grande como o vosso poder”.

A Carta apostólica “Patris corde” é acompanhada da publicação do Decreto da Penitenciaria Apostólica, que anuncia o “Ano de São José” especial convocado pelo Papa e a relativa concessão do “dom de Indulgências especiais”.

*Fonte: Site do Vatican News

Teóloga Maria Clara Bingermer aponta 6 pistas pastorais para a evangelização no pós-pandemia

MariaClaraBingemerA decana do Centro de Teologia e Ciências Humanas da PUC-Rio, teóloga Maria Clara Lucchetti Bingemer, ofereceu aos mais de 200 bispos de todo país que participaram de uma reunião promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), no dia 25 de novembro, uma reflexão teológica com seis pistas para um projeto de Evangelização e de ação pastoral da Igreja Católica no contexto da pós-pandemia.

Aos 297 participantes da reunião, compreendendo, além dos bispos, os assessores das comissões episcopais e representantes de pastorais e organismos vinculados à CNBB, Maria Clara defendeu que as propostas que sistematizou partem do resgate dos aprendizados feitos.

Autora de diversos livros, entre eles, ¿Un rostro para Dios?, A globalização e os jesuítas e o Mistério e o Mundo, a teóloga frisou que é necessário considerar ainda que o mundo está imerso na vivência dos problemas decorrentes do avanço do novo Coronavírus. “Ainda nos encontramos dentro da pandemia, vivendo um conjunto de perplexidades. Estamos há nove meses (tempo de uma gestação de um ser humano) de joelhos por causa de um vírus invisível”, disse.

Segundo a professora, as pistas teologais que levantou partem de um exercício de sonhar com o futuro, o que ajuda a olhar para frente. A professora apontou seis aspectos e pontos que precisam ser observados numa ação pastoral num contexto do pós-pandemia.

a) Retomar o luto com olhar Pascal

Segundo a teóloga, a Igreja, numa atitude silenciosa (mais ouvir do que falar), precisa ajudar as famílias que perderam entes queridos: só no Brasil, já somam mais de 175 mil mortos em decorrência da Covid-19, a processarem o luto. Segundo ela, a Igreja precisa escutar estas famílias que perderam seus entes e, como agentes do consolo movidos pelo Espírito Santo, ouvir e rezar a sua dor. “É necessário transformar a dor em redenção”, disse.

b) Apostar na arte e beleza

A teóloga defendeu, como forma de processar o sofrimento e este momento vivido pela humanidade, ser necessário que a Igreja abra espaço para a expressões da arte que recuperem a beleza e a estética. “A música, a literatura e arte são elementos preciosos para reencantar os corações”, disse. Para a professora, a arte é um caminho para falar de Deus. Os pastores e agentes de pastoral são chamados a ser ‘poetas de Deus’ e construir uma teopoética atravessada de beleza e gratuidade”, afirmou.

c) Revalorizar o espaço doméstico

A professora defendeu que, no contexto da pandemia, redescobrimos uma nova configuração para a Igreja que se deslocou a vivência da fé dos templos para as casas. Segundo ela, é necessário ver esta realidade como uma oportunidade para pensar formas de pleno funcionamento da vida eclesial, o que remonta às próprias fontes e origens do cristianismo e começo da Igreja Católica. “De casa, nos conectamos por meio da tecnologia; Na casa, redescobrimos o espaço da família, da celebração da fé e a perseverança na fração do pão”, disse.

d) Cuidado da Terra e da Casa Comum

“Somos terra e nosso destino está inextricavelmente ligado ao destino da terra”, afirmou a teóloga para defender a ideia de que a pandemia nos ajudou a denunciar o nosso estilo de vida não saudável. Segundo Maria Clara, é necessário aprofundar ainda mais a urgência da conversão ecológica, defendida pelo Papa Francisco na Encíclica Laudato Sí, com a fraternidade universal. Frente à atitude predatória do meio ambiente, a teóloga defendeu que é necessário reforçar que somos terra sobre a qual foi soprado o Espírito de Deus que anima e dá vida a tudo que está conectado.

e) Fratelli Tutti

A teólogo defendeu que a nova Encíclica Fratelli Tutti lançada pelo Papa Francisco é uma bússola para os novos tempos. “À luz do exemplo do Bom Samaritano, o Papa chamou-nos a atenção de que existe um ferido caído pelo caminho, na estrada” e de que devemos deixar a ideia de sermos “sócios” para sermos irmãos. Com a Encíclica, segundo a professora, o Papa também revisitou a opção pelos pobres que são os que sofreram mais a fundo as consequências da pandemia. “A Fratelli Tutti defende uma solidariedade nova. A fraternidade humana como um projeto tão adiado e tão urgente”, apontou.

f) Parceria mais estreita com a ciência

Num contexto de negação da ciência e de discursos pseudocientificistas, a professora defendeu a importância de a Igreja se cercar das informações corretas baseadas no conhecimento científico.

*Fonte: Site da CNBB

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