Esperança na Palavra
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- Segunda, 02 Setembro 2024 16:35
Setembro, Mês da Palavra, da Bíblia, onde é possível encontrar uma fonte genuína para a vida cristã, que faz reflorescer a esperança, fundamentada na fidelidade aos critérios de autenticidade no cumprimento dos mandamentos do Senhor. A Palavra de Deus ajuda a pessoa fazer seu discernimento diante das propostas atuais da sociedade, num confronto entre leis do mundo e Lei de Deus.
Por indicação do Papa Francisco, em 2025 teremos o Jubileu do Ano Santo, com tema sobre a esperança, aquela que nunca decepciona. Ela está fundamentada na veracidade da Palavra da bíblia, num caminho direcionado para a terra da promessa, que não deixa de ser, a eternidade em Deus. Mas para isto é necessário colocar em prática a Lei divina, contida nos mandamentos do Senhor.
A prática concreta da esperança é como um verdadeiro dom, vindo do céu, porque ela expressa bem o querer generoso de Deus para com a pessoa que a busca no fundo de seu coração. O fundamento da esperança está contido na força viva da Palavra de Deus, no encontro com a Pessoa de Jesus Cristo e na sensibilidade para com as realidades inerentes próprias do Reino de Deus.
A palavra de esperança é a Palavra de Deus, inspirada do alto, por força do Espírito do Senhor e praticada pelos que a seguem na ação do cotidiano. Um conteúdo que seja frequentemente lido, escutado, refletido e vivenciado como segurança no caminho de encontro com Deus. O fundamental é deixar-se influenciar por ele e, nas suas motivações para uma vida de fraternidade e amor ao irmão.
As grandes controversas da vida não podem levar as pessoas a cair no desespero, na perda de esperança e desconfiança em relação à Palavra de Deus. E também, não é saudável a atitude de rigorismo na interpretação da Palavra, numa leitura ao “pé da letra”, com frases fora do contexto. Usando as palavras do apóstolo Paulo, dizemos: “A letra mata, o Espírito é que dá vida” (II Cor 3,6).
O valor da Palavra, que produz esperança, é criticado pelo profeta Isaías e citado no Evangelho de Marcos: “Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim” (Mc 7,6). É o perigo de uma religião apenas de aparência e sem base sólida capaz de assegurar a verdadeira esperança. O bem e o mal veem do coração da pessoa. Tudo depende de discernimento.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba
Vocação como Dom e Serviço
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- Quarta, 07 Agosto 2024 17:16
O mês de agosto é Mês Vocacional. E somos convidados a rezar por todas as vocações eclesiais: a ministerial, a matrimonial, a religiosa e a laical.
O primeiro domingo é dedicado à Vocação ao Ministério Ordenado e suplicamos ao Supremo Pastor que conceda aos sacerdotes e diáconos fidelidade e perseverança no ministério.
O segundo domingo é dedicado à Vocação Matrimonial e rezamos para que os casais perseverem unidos no amor mútuo, junto dos filhos.
No terceiro domingo comemoramos a Vocação Religiosa e pedimos copiosas bênçãos de Deus para as pessoas que assumiram a missão de evangelizar através da vivência pessoal e comunitária dos votos evangélicos de pobreza, obediência e castidade.
No quarto domingo comemoramos a Vocação Laical e somos convidados a reconhecer com gratidão a importância da missão do cristão leigo e leiga na Igreja, sobretudo como catequista.
Vocação é Dom e Serviço. E Jesus é o modelo de toda vocação.
Vocação é Dom porque sua origem está em Deus, e não no homem; e Deus chama não por merecimento do homem, mas por pura bondade d’Ele. Deus nos ama e, porque nos ama, nos chama para cooperar com Ele na Obra da Criação e da Salvação.
Vocação é Serviço porque não visa status, promoção, fama, poder, riqueza, prazer, vantagens humanas. Deus nos chama para servir: servir a Ele na pessoa do próximo, fazendo-se próximo de todos, especialmente dos pobres e pecadores, dos que vivem nas periferias geográficas e existenciais.
Jesus é Modelo de Vocação como Dom e Serviço. Ele passou a vida fazendo o bem a todos, sobretudo às pessoas mais necessitadas de sua ajuda material e espiritual. Sendo Senhor e Mestre, na última Ceia, Jesus lavou os pés dos discípulos para ensinar que Ele não veio para ser servido, mas para servir e dar Sua vida em resgate de muitos.
A Igreja continua a missão de Jesus, mas é discípula e servidora.
O cristão é discípulo missionário de Cristo, como a Igreja e enquanto Igreja.
Portanto, quatro são os pilares da missão do cristão, enquanto dom e serviço:
– Servir ao Senhor com alegria (Sl 99,2), na alegria do Evangelho;
– Servir uns aos outros no amor (Gl 5,13): amor afetivo e efetivo;
– Servir sem temor todos os dias da vida até a morte (Lc 1,75);
– Servir ao Senhor na provação (Eclo 2,1): dos ídolos e idólatras.
Dom Antônio Carlos Félix
Diocese de Governador Valadares
AVÓS: PAIS E MÃES QUE ALCANÇARAM A MATURIDADE DO AMOR!
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- Segunda, 22 Julho 2024 16:43
“Os filhos dos filhos são uma coroa para os idosos, e os pais são o orgulho de seus filhos.” (Prov 17, 6)
Há em cada avô e avó um legado a ser transmitido, uma história de vida onde as lutas para alcançar a vitória foram árduas e sofridas, mas que contêm ricos ensinamentos a serem transmitidos às futuras gerações. A convivência entre avós e netos colabora de forma salutar com o desenvolvimento intelectual e social das crianças assim como dá oportunidade aos avós de perceberem que são úteis e importantes na transmissão da história familiar aos seus descendentes. Mudou-se muito a visão da sociedade em relação aos idosos. Cada vez mais ativos, interagem de forma espetacular com a moderna tecnologia, acompanham o desenvolvimento da história e auxiliam de forma ímpar os filhos nos cuidados com os netos.
Quantos são os avós que se desdobram, com carinho e boa vontade, fazendo todo o trajeto escola, casa, aulas diversas, atividades extracurriculares, levando os netos aos compromissos onde os pais não conseguem, pois estão no trabalho diário para prover o sustento da casa! Inúmeros são os que assumem totalmente o cuidado das crianças quando os pais, por motivos variados, não conseguem fazê-lo. Avós e avôs que continuam trabalhando para ajudar no provento da casa dos filhos, e o fazem cheios de alegria por serem úteis e poderem realizar essa tarefa.
Os vovôs e vovós são pais e mães que alcançaram a maturidade do amor e amam sem medida, sem fazer esforço e com uma alegria contagiante, como se os seus netos fossem sempre os mais bonitos, cheirosos e amados do mundo todo (e são mesmo!). É na casa dos vovôs que as crianças descobrem o que os pais fizeram de ‘arte’, ouvem as histórias da infância deles e outras histórias tantas que só os avôs e avós têm paciência e tempo para contar. E, normalmente, é com os avós que as crianças recebem o legado espiritual da fé!
No terço que a vovó e o vovô rezam juntos, nas orações antes das refeições e antes de dormir, nas imagens de Santos e Santas que eles têm em casa e que despertam a curiosidade dos pequenos; nesses detalhes bem visíveis a criança desperta para a fé e, esperta, começa a questionar e, assim, vai crescendo também na vida espiritual. Ao comemorarmos Santa Ana e São Joaquim, pais da Virgem Maria e avós de Jesus, lembremos de todos os vovôs e vovós, bem como de todos os idosos que, antes de nós, se dedicaram no cuidado da família, para que hoje pudéssemos nos dedicar à nossa.
A transmissão da fé se dá de geração em geração e é uma herança divina que os avós recebem, portanto, filhos e filhas, não permitam que a modernidade da sua vida impeça seus pais de dar frutos para Deus, de contarem sobre a vida de seus antepassados aos seus filhos: isso é um tesouro de valor inestimável, a transmissão do conhecimento da história daqueles que vieram muito antes de nós. Pelo poder do Espírito Santo que habita em seus corações, vovôs, vovós, filhos e filhas, estejam sempre abertos às obras poderosas do Senhor! Seus descendentes necessitam do que vocês têm a oferecer; quem transmite conhecimento, doa-se; quem os recebe, preenche as lacunas de sua própria história. Os avós criam memórias que o coração guarda para sempre!
Dom Carlos José
Bispo de Apucarana (PR)
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