Papa defende vacina anti-Covid acessível a todos

2020-05-21T145703Z 1 LYNXMPEG4K1F2 RTROPTP 4 SAUDE-CORONAVIRUS-EUA-VACINA-RECEIONa terceira Audiência Geral dedicada à pandemia, o Papa Francisco afirmou que seria triste se uma vacina contra a Covid-19 fosse dada a prioridade aos ricos e que a assistência econômica com dinheiro público deveria ser dada a indústrias que observam quatro critérios:

“Seria triste se essa vacina contra a Covid-19 fosse dada a prioridade aos mais ricos! Seria triste se esta vacina se tornasse propriedade desta ou daquela nação e não universal para todos. E que escândalo seria se toda a assistência econômica que estamos a observar – a maior parte dela com dinheiro público – se concentrasse no resgate das indústrias que não contribuem para a inclusão dos excluídos, para a promoção dos últimos, para o bem comum ou para o cuidado da criação. São critérios para escolher quais são as indústrias a serem ajudadas: aquelas que contribuem para a inclusão dos excluídos, para a promoção dos últimos, para o bem comum e com o cuidado da criação. Quatro critérios!”

OMS: não aos nacionalismos

Na qualidade de órgão supranacional, a Organização Mundial da Saúde (OMS) está em sintonia com as convicções do Pontífice, como reiterado no encontro de terça-feira, 19, com os jornalistas, e na carta com a qual o Diretor-Geral entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, claramente exorta os países membros a “prevenir o nacionalismo da vacina”.

Por esta razão, afirmou Ghebreyesus, a OMS “está trabalhando com os governos e o setor privado, quer para acelerar a pesquisa científica com o ACT-Accelerator, quer para garantir que as novas inovações estejam disponíveis para todos, em qualquer lugar, a começar por aqueles com maior risco”.

Pouco antes, recordando o trabalho realizado pela agência, o diretor havia constatado a presença do problema ainda nos últimos meses, quando o surto do coronavírus desencadeara “uma onda enorme de pedidos de equipamentos de proteção individual”. “Alguns países – observou Ghebreyesus – implementaram restrições à exportação e houve diversos casos de requisição de suprimentos médicos essenciais para uso nacional”. Em essência, é sua análise, “o nacionalismo de fornecimentos exacerbou a pandemia e contribuiu para o fracasso total da cadeia de suprimentos” em escala global.

Pesquisa mundial em busca da vacina

Depois daquela da Rússia, produzida pelo Instituto Gamaleya, também a China registrou em tempo recorde sua primeira vacina contra a pandemia Covid-19. Do outro lado do mundo, o governo brasileiro autorizou o teste de uma vacina anti-Covid desenvolvida por um laboratório estadunidense. O governo australiano também anunciou que quer tornar obrigatória a vacina contra a Covid-19, após a assinatura de um acordo com a empresa anglo-sueca AstraZeneca, para adquirir o medicamento em desenvolvimento nos laboratórios de pesquisa da Universidade de Oxford.

Ricciardi: objetivo principal é a pessoa, não o lucro

A Itália e a União Europeia abraçam as palavras do Papa Francisco com os fatos: “O que realizamos é uma aliança sobretudo entre Itália, França, Alemanha e Holanda para fazer da vacina um bem comum a ser dado a todos”.

Quem destaca isso esse aspecto é Walter Ricciardi, professor de Higiene da Universidade Católica de Roma e assessor do ministro da Saúde italiano, acrescentando que o primeiro contrato mais avançado ligado à vacina, assinado pela Comissão Europeia na semana passada, “vai nessa direção”. Os investimentos públicos “irão garantir que esta vacina possa ser distribuída a todos, não apenas aos europeus”. “Haverá quantidades significativas de doses que serão dadas aos países mais pobres, a começar pela África”.

Sobre os critérios indicados pelo Papa na escolha das indústrias, o professor Ricciardi destaca que esta visão é acertada, “sobretudo em um momento pós Covid”. A pandemia – explica ele – demonstrou “toda a fragilidade do modelo de desenvolvimento econômico baseado exclusivamente no lucro, na exploração dos mais pobres e na exploração dos trabalhadores de baixo custo”. Em vez disso, devemos “visar à centralidade da pessoa”.

Para Ricciardi, não se trata de “uma utopia”, mas da “única possibilidade para garantir um modelo de desenvolvimento que preserva simultaneamente as pessoas e o meio ambiente em que vivemos”. É preciso, no entanto, recordar que alguns países seguem “o caminho comercial”, uma via que fortalece exclusivamente “a possibilidade de enriquecer-se com a vacina” e garantindo-a somente aos povos “que podem pagar”. Este, conclui, “não é o caminho que a Europa irá seguir”.

Cooperação internacional e solidariedade

Aquele indicado pelo Papa, portanto, é um caminho que não prevê distinções, como também sublinhou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em recente entrevista ao Osservatore Romano e ao Vatican News. “Esse vírus – declarou ela – mostra como o mundo está interligado. Encontramo-nos diante de uma pandemia global e a única maneira de derrotar o vírus é por meio da cooperação e da solidariedade internacional”.

Uma vacina para todos

Em outra recente entrevista aos meios de comunicação vaticanos, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, destacou que “a pandemia deve ser um sinal de alerta. As ameaças globais mortais exigem uma nova unidade e solidariedade ”.

“Em um mundo interligado – afirmou ele – ninguém está seguro até que todos estejam seguros. Foi esta, em resumo, a essência da minha mensagem no lançamento do ACT-Accelerator, ou seja, a colaboração global para acelerar o desenvolvimento, a produção e igualdade de acesso a novos diagnósticos, tratamentos e vacinas para Covid-19. Deve ser visto como um bem público. Não uma vacina ou tratamento para um país ou região ou metade do mundo – mas uma vacina e um tratamento que são acessíveis, seguros, eficazes, facilmente administrados e universalmente disponíveis para todos, em todos os lugares. Esta vacina deve ser a vacina das pessoas.”

Fonte: Site Vatican News

CRB promove Semana Nacional da Vida Consagrada e recebe carta de Papa Francisco

CRB-promove-pela-primeira-vez-Semana-Nacional-da-Vida-ConsagradaPela primeira vez, dentro do Mês Vocacional, a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) realiza, desde domingo (16), uma semana dedicada à vida religiosa. A Semana Nacional da Vida Consagrada tem o tema “Amados e Chamados por Deus”, o mesmo dedicado ao mês temático.

Segundo a presidente da CRB, Irmã Maria Inês, a iniciativa foi pensada não somente para celebrar no terceiro domingo de agosto o dia do/a religioso/a, como também destinar toda a terceira semana para celebração, formação e divulgação da vocação à vida consagrada. O evento acontece até 22 de agosto e, em seu decorrer, a CRB preparou quatro momentos a nível nacional, “isto porque também as 20 seções regionais estarão fazendo cada uma a sua programação”, explica Irmã Maria Inês.

O primeiro momento foi a missa de abertura, celebrada no domingo (16) na Catedral Metropolitana de Brasília. Nesta segunda-feira, dia 17, às 16h, haverá uma live com o tema “A relevância da vida consagrada nos tempos atuais”. Para este momento, participarão o cardeal prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, dom João Braz de Aviz, o bispo referencial para a vocação cristã, dom João Inácio Muller, e a presidente da CRB, Irmã Maria Inês Ribeiro.

No dia 19, quarta-feira, das 20h às 21h30, haverá uma análise de conjuntura com o tema “Diálogos Formativos: o Chamado de Deus diante das Circunstâncias atuais”, que contará com a assessoria de Moisés Sbardelotto, doutor em Comunicação. Por fim, na sexta-feira (21), das 20h às 21h30, haverá mais um momento formativo com o frei Vanildo Luís Zugno, que falará sobre o tema “Diálogos Formativos: Os Conselhos Evangélicos à luz do Sínodo da Amazônia”.

Todas as lives poderão ser acompanhadas no Facebook e Youtube da CRB.


Papa Francisco envia carta aos religiosos e religiosas do Brasil

Por ocasião da Semana da Vida Religiosa Consagrada, que se realiza entre os dias 16 e 22 de agosto e que visa promover e renovar a missão deles na terra de Santa Cruz, o Papa Francisco enviou uma carta a todos os religiosos e religiosas do Brasil. O Santo Padre inicia a missiva saudando os consagrados e consagradas do país e exprime a sua alegria em se unir em espírito às orações e iniciativas promovidas pela Conferência dos Religiosos do Brasil.

Francisco, em seguida, recorda “que a caminhada vocacional tem sua origem na experiência de saber-se amado por Deus: a própria vida já é fruto de uma chamada de Deus; nos chamou à vida porque nos ama e tudo predispôs para que cada um de nós fosse único, acompanhando-nos ao longo das estradas poeirentas da nossa vida e, sabendo da nossa pungente nostalgia de amor e felicidade, chama-nos à alegria, que se encontra somente no dom de si aos outros” (cf. Mensagem para o 55º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, 22/2/2018).

O Santo Padre fala ainda dos desafios impostos pela sociedade atual, que vive numa mudança de época, salientando que “é preciso estar vigilante, a fim de se evitar a tentação de ter um olhar mundano, que nos impede ver a graça de Deus como protagonista da vida e nos leva a sair à procura de qualquer substituto” (cf. Homilia no 24º Dia Mundial da Vida Consagrada, 01/02/2020). O melhor antídoto contra a tentação – continua Francisco -, é dar prioridade à oração em meio a todas as nossas atividades, certos de que a pessoa que mantém o olhar fixo em Jesus aprende a viver para servir, pois experimenta aquilo que disse o profeta Isaías: “És precioso a meus olhos… Eu te amo” (43,4).

Então, para buscar uma maior promoção e renovação da vida e missão dos consagrados no Brasil, nasce o convite do Papa a “novamente fazer aquela pergunta que tinha proposta na Carta Apostólica aos Consagrados, em 2014: ‘Jesus é verdadeiramente o primeiro e o único amor, como nos propusemos quando professamos os nossos votos?’ Só em caso afirmativo – sublinha Francisco -, poderemos, como é nosso dever, amar verdadeira e misericordiosamente cada pessoa que encontramos no nosso caminho, porque teremos aprendido dele o que é o amor e como amar: saberemos amar, porque teremos o seu próprio coração”.

Francisco encerra a sua carta aos consagrados e consagradas do Brasil desejando confirmar tais propósitos e pedindo a intercessão de Nossa Senhora Aparecida para que essa Semana da Vida Religiosa Consagrada seja muito fecunda, e envia a todos a Bênção Apostólica, pedindo que não deixem de rezar por ele. A carta, que tem a data de 5 de agosto de 2020, foi publicada no site da CRB Nacional, Conferência dos Religiosos do Brasil.

*Fontes: Sites da CNBB e do Vatican News

A generosidade que transforma vidas na terra de Jesus

generosidadeIgrejas que ajudam outras Igrejas, em uma rede contínua de fraternidade. Esta é uma marca registrada da comunidade cristã em todo o mundo. Mas há uma para o qual a ajuda recebida das Igrejas do planeta assume um valor único. É aquela que tem as suas raízes – as pedras da sua história, os espaços de sua geografia – diretamente no Evangelho. É a Igreja dos Lugares Santos, de Jerusalém, Belém, Nazaré, que a cada ano reserva uma ajuda específica assegurada pela Coleta para a Terra Santa, recolhida em todas as comunidades eclesiais na Sexta-feira Santa. Um costume não observado este ano em função da pandemia.

Nova data para um dia solene

Em abril passado, quando a crise de Covid-19 havia transformado em deserto as paróquias de muitos países europeus – tradicionalmente na vanguarda da Coleta – o Papa Francisco havia aprovado a proposta de adiar esta coleta de ofertas para 13 de setembro de 2020. Uma data, explica o padre franciscano Francesco Patton, Custódio da Terra Santa, escolhida “porque é o domingo mais próximo da festa da Exaltação da Santa Cruz, que celebramos aqui em Jerusalém – explicou ele – com particular solenidade, para recordar até que ponto chegou o amor do Filho de Deus por nós: a ponto de dar a vida na Cruz, pela nossa salvação”.

Ajuda inestimável

O padre Patton ilustra em um vídeo as mil formas que a Coleta costuma assumir, uma vez que as ofertas das paróquias e dioceses de todas as latitudes chegam à Custódia. As necessidades são de todos os tipos e não dizem respeito somente à manutenção dos lugares santos, da Basílica da Natividade ao Santo Sepulcro.

“Graças àquilo que vocês, cristãos de todo o mundo, dão generosamente”, explica o padre Patton, “poderemos apoiar a ação pastoral das paróquias que nos foram confiadas; poderemos garantir uma educação de qualidade aos mais de 10 mil estudantes que frequentam nossas escolas; poderemos ajudar as jovens famílias a encontrar uma casa; poderemos ajudar os trabalhadores migrantes cristãos a se sentirem acolhidos, mesmo que estejam longe de sua pátria; poderemos estar ao lado das populações atingidas pela guerra na Síria e dos refugiados agora espalhados nos diversos países onde vivemos nossa missão”.

São tantas as formas de expressar ao menos uma vez por ano o apoio – como diria Francisco – à “carne de Cristo” nos lugares onde Cristo se fez carne por todos.

Fonte: Site Vatican News

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