Arquidioceses do Brasil oferecem espaços da Igreja como hospitais de campanha

igreja-saojose-em-BH-1200x762 cNestes tempos de avanço do impacto do coronavírus na vida de milhões de pessoas, a Igreja no Brasil avança na organização de muitas iniciativas solidárias que buscam fortalecer a “Caridade”, um dos quatro pilares de suas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (2019-2023).

Segundo o bispo de Brejo (MA), dom José Valdeci Santos Mendes, presidente da Comissão para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), neste tempo de Quaresma e da Campanha da Fraternidade 2020, cujo tema é “Fraternidade e Vida: dom e compromisso”, as pastorais sociais e toda a Igreja têm o compromisso de cuidar da vida fazendo frente ao coronavírus.

“Somos chamados a ser samaritanos junto ao povo de rua, aos encarcerados, aos migrantes, aos ciganos, ao povo dos circos e a todos que precisam de nossa ajuda”, conclamou. Para o bispo, o momento é o de a Igreja realizar a sua missão: “Essa é a nossa vocação, servir. Façamos todos nós esse mutirão pela vida, como disse Jesus Cristo, em Jo 10,10 – ‘Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância‘”, conclamou.

As igrejas particulares (arquidioceses e dioceses) estão aderindo a este chamado. A Arquidiocese de Campinas (SP) está organizando um hospital de Campanha, em parceria com a PUC-Campinas e o Hospital Puc. O local, ao ar livre, contará com uma tenda para a triagem de pessoas suspeitas de estarem com os sintomas da covid-19.

Segundo o vigário geral da Arquidiocese, monsenhor José Eduardo Meschiatti, com esta iniciativa, as paróquias estarão atentas às necessidades juntas com o Hospital PUC-Campinas e a Pontifícia Universidade Católica de Campinas. “A ideia é promover formação adequada, campanhas, capacitação de voluntários e a proposta de construção de um ‘Hospital Campanha’ com a ajuda da iniciativa privada”, disse.

Além desta iniciativa, a Arquidiocese de Campinas e a PUC-Campinas disponibilizam à população uma série de vídeos, áudios e textos com orientações voltadas à preservação da saúde física e mental durante o período de quarentena. A iniciativa corrobora com a missão da Universidade de compartilhar com a sociedade os conhecimentos produzidos nos campos do ensino e da pesquisa dentro da Instituição.

A Arquidiocese de Maceió (AL) firmou uma parceria com a prefeitura e com a Pastoral da Juventude para organizar dois abrigos destinados à população de rua. Um será destinado aos idosos e o outro para crianças, adolescentes, jovens e adultos.

O arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, ofereceu aos prefeitos da capital mineira e de outros 27 municípios da região metropolitana os templos da Igreja Católica para serem hospitais de campanha e outros pontos de referência e amparo a idosos, enfermos e pessoas pobres. A arquidiocese que batizou a iniciativa de “Templos de Acolhida”.

Além dos templos, a Arquidiocese de Belo Horizonte disponibilizou outros espaços para as prefeituras, a exemplo da Catedral Cristo Rei, em construção, mas com significativa parte de sua infraestrutura edificada, e o Centro Olímpico da PUC Minas. No diálogo com prefeitos, dom Walmor e os bispos auxiliares ainda reafirmaram o compromisso da Igreja de promover ações solidárias dedicadas aos mais pobres e ajudar na partilha de informações sobre formas de prevenção da covid-19. Conforme explica dom Walmor, os prefeitos têm recebido com gratidão a oferta de ajuda da Igreja.

Em carta dirigida aos fiéis, o presidente da CNBB ressaltou a importância da solidariedade, especialmente neste momento em que o mundo enfrenta uma pandemia: “Exemplares são os empreendedores que dedicam parte de seus recursos para investir em equipamentos hospitalares, tão importantes para acolher quem mais sofre com o coronavírus. Também toca o coração a atitude dos que mesmo tendo pouco, procuram ajudar. São jovens que fazem compras para os idosos, profissionais que oferecem graciosamente serviços a partir das redes digitais. A força da solidariedade vai vencer a pandemia.” Sobre a campanha Templos de Acolhida, dom Walmor ressaltou que “a Igreja está aberta para acolher os doentes, unindo esforços ao Sistema Único de Saúde (SUS).”

*Fonte: Site da CNBB
**Com informações do Regional Sul 1 da CNBB e das arquidioceses de Belo Horizonte (MG) e Maceió (AL)

A voz do Papa é única no mundo para quebrar as solidões criadas pela pandemia

Papa-sexta-27-de-marçoAs palavras do Papa Francisco pronunciadas na última sexta-feira (27) foram repercutidas em todas as partes do mundo e, sobretudo, ficaram impressas nos corações de milhões de pessoas. A imagem da tempestade a ser enfrentada, com todos remando juntos, indicada pelo Pontífice na homilia acompanhada pela chuva, exorta à humanidade a abrir, autenticamente, as estradas da corresponsabilidade e da solidariedade.

O Papa se dirigiu não só a católicos e crentes, mas a todo homem. E, sobretudo, implorou ao Pai para que não nos deixe à mercê da tempestade. A sua voz quebrou o silêncio ensurdecedor das cidades desertas. Nas suas palavras, sublinha Agostino Giovagnoli em entrevista ao Vatican News, toda a humanidade pode se reconhecer. O filósofo se ocupa de relações internacionais e é professor de História Contemporânea na Universidade Católica do Sagrado Coração, com sede em Milão.

Professor – “Eu acredito que, para o mundo, a oração de Papa Francisco tenha representado, antes de tudo, a escuta de palavras que descrevem uma situação, neste momento, realmente universal, em que encontra toda a humanidade. Então, a voz do Papa quebra, num certo sentido, o silêncio das nossas cidades, da Praça São Pedro na sexta-feira, para expressar uma coisa que é compartilhada realmente por tantos. Isso é muito raro, talvez único na situação atual; não há nenhuma outra voz no mundo que consiga expressar isso neste momento. E o Papa Francisco o fez partindo da descrição profunda das trevas, da escuridão espessa, do silêncio ensurdecedor, do vazio desolador. São palavras em que toda a humanidade pode se reconhecer e isso, certamente, é importante porque aproxima uns dos outros, quebra as solidões criadas por essa epidemia terrível.”

Junto à voz do Papa, na Praça São Pedro vazia, milhões de pessoas se uniram espiritualmente, através dos meios de comunicação, aos vários momentos desse dia histórico. É um pouco o contrário daquilo que Francisco denunciou várias vezes quando falou de globalização da indiferença. Talvez este é um mundo mais atento ao grito de dor também da Terra…

Professor – “É um mundo que, após essa terrível experiência, certamente está mudando e, talvez, para melhor. Ao menos parece isso. Papa Francisco encontrou palavras muito simples, mas muito diretas para expressar a novidade dessa situação. Estamos todos no mesmo barco. Usou essa imagem evangélica para expressar um conceito que é evidente a todos. E é um barco em que todos constatamos os nossos limites. Então, a estrada de uma globalização da solidariedade é uma estrada obrigatória. Papa Francisco expressou de modo muito plausível essa exigência.”

A última sexta-feira foi cadenciada também por imagens muito poderosas e eloquentes. Um dos ícones do momento de oração conduzido pelo Papa foi o crucifixo de madeira banhado pela chuva, quase “lágrimas” provenientes do céu…

Professor – “Sim. Esse crucifixo afetou todos, e não a caso. A fé cristã apresenta o sinal de um homem crucificado e, então, não é uma promessa de prosperidade. Além disso, em momentos como esse se compreende a verdade desse sinal. É o sinal de um Deus que assume todos os sofrimentos do homem. E é o Deus da misericórdia. E essas lágrimas da chuva tornaram visível, de qualquer modo, alguma coisa que todos compreenderam.”

O tempo da pandemia está mudando profundamente o mundo. Neste momento, pode também regenerar o patrimônio da fé…

Professor – “Eu acredito que sim, justamente porque nega as várias ideias de salvação ou de segurança que, geralmente, parecem tornar a nossa vida tão sólida. O Papa também disse explicitamente isso na sexta-feira. Esvaziando a vida dos ídolos, torna-se mais evidente àquilo a que a nossa fé se dirige. Eu acredito que haverá uma regeneração na direção da responsabilidade. Papa Francisco citou tantos que, neste momento, se ocupam dos outros.”

A situação dramática que o mundo está vivendo já foi vivida em outros momentos da história, como em ocasiões de períodos difíceis da peste. O que nos ensina, nesse sentido, a história, em especial, a história do cristianismo?

Professor – “Nos ensina que a fé é poderosa, sobretudo, nas obras. Diante da peste, tradicionalmente, os únicos que cuidavam dos outros – colocando em risco a própria vida – eram os cristãos, os religiosos. A mesma palavra “Lazzaretto” foi cunhada para definir o lugar onde as vítimas da peste eram acolhidas. Ninguém queria estar com elas, com exceção dos frades capuchinhos. A história do cristianismo é uma história de solidariedade, de serviço aos outros e, sobretudo, aos mais pobres e aos doentes. E isso não acontece de menos hoje. A ciência não é tudo. É preciso de solidariedade, e os cristãos, neste momento, demonstram ela ao se dirigir àqueles que estão morando na rua, aos idosos nos institutos… E, assim, sobretudo, o cristianismo nos ensina que não só de pão vive o homem. Isto é, inclusive e principalmente nestes momentos dramáticos, as palavras não são inúteis, mas são importantes. Não são supérfluas, tanto é verdade que as palavras do Papa Francisco são muitos escutadas.”

Fonte: Site Vatican News

CNBB propõe que Domingo de Ramos seja celebrado de modo especial em tempos de coronavírus

Destaque-1200x762 cA Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convida a todos a viverem de forma muito especial o Domingo de Ramos durante a quarentena do coronavírus. Cada um e cada família, em suas casas, são chamados a celebrar o próximo domingo com fé e esperança. Por isso, a CNBB propõe cinco pontos para ajudar os fiéis na celebração do Domingo de Ramos.

Vamos celebrar o Domingo de Ramos?

  1. Rezar pedindo a graça de bem viver a Semana Santa, ainda que em recolhimento em casa.
  2. Colocar no portão ou na porta de casa (em lugar bem visível) alguns ramos. Marcar a casa é uma característica do povo de Deus.
  3. Participar das celebrações transmitidas pela televisão ou pelas redes sociais.
  4. Comprometer-se a, no futuro, participar ativamente da Coleta da Campanha da Fraternidade. Com ela, ajudamos os mais pobres.
  5. Motivar pelas redes sociais, telefonemas ou outros meios que mantenham o distanciamento social, outras pessoas a também celebrarem o domingo de Ramos desse mesmo modo.


Fonte: Site da CNBB

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