Terço dos Homens: a diversidade na unidade

romaria2A oração do Terço de Nossa Senhora, praticada historicamente pelos fieis católicos em todo o mundo, é uma excelente forma de meditação sobre os passos da vida de Jesus. Eis a razão pela qual o Beato Papa João Paulo II ensinou que o Terço é uma oração contemplativa. A sua Exortação Apostólica “Rosarium Virginis Mariae” (16.10.2002) despertou em toda a Igreja um renovado interesse pela antiqüíssima devoção do Rosário e seus efeitos continuam se propagando de forma encantadora por todo o orbe. É uma forma de contemplar Jesus com os olhos de Maria, tendo sido ela a criatura que mais perto esteve do Filho de Deus encarnado, durante toda a trajetória da Salvação. Nenhuma outra pessoa na terra esteve tão unida a Cristo quanto Maria. Desde a sua concepção até a morte na cruz, e ainda na ressurreição e após a ascensão, Maria está sempre presente e unida ao mistério de seu Filho, Jesus, Deus e Homem verdadeiros.

No Brasil, uma experiência relativamente nova tem chamado à atenção. São os grupos de Terço dos Homens que têm crescido intensamente nos últimos anos. As iniciativas são diversas, surgindo comunidades de homens aqui e acolá, que tomam a decisão de se reunirem para rezar o Terço, quase sempre uma vez por semana comunitariamente, mas às vezes diariamente em família ou ainda solitariamente.

A origem deste costume, de homens se reunirem para rezar o Terço, contudo, se perde na história. Há notícias de tais grupos ao menos desde 1912. Porém, no Brasil, a iniciativa mais recente foi do Movimento Maria Três Vezes Admirável de Shoenstatt, também conhecido como Mãe Rainha, presentes, sobretudo no Norte e no Nordeste. Tive oportunidade de visitar reuniões de tal vertente em Recife e, em novembro de 2013, estive em São Luiz do Maranhão, onde constatei a imensa evolução desta prática espalhada em toda aquelas regiões. Faço aqui justa homenagem ao Padre Miguel Lencastre, falecido a 13 de janeiro passado, que foi um grande incentivador do Terço dos Homens e que teve a iniciativa de criar a sigla THMR (Terço dos Homens Mãe Rainha), identificando assim as particularidades do Movimento de Shoenstatt.

Com o crescimento dos grupos, seja da experiência acima mencionada, seja de muitas outras iniciativas independentes do Movimento da Mãe Rainha, pessoalmente me interessei em apoiar todos os grupos, certo que estou do grande valor evangelizador e santificador de tal devoção. A partir de 2008, surgiram as romarias do Terço dos Homens ao Santuário de Aparecida o que deu um extraordinário impulso ao movimento, nascendo daí muitas outras iniciativas pelo Brasil a fora.

Quando acompanhei um grupo ao referido Santuário, há seis anos, o então Padre Darcy Niccioli, Reitor do Santuário (hoje Bispo Auxiliar de Aparecida), sugeriu aos romeiros do Terço solicitar à Presidência da CNBB, a nomeação de minha pessoa, como Bispo Referencial para o Terço dos Homens em nível nacional, o que foi prontamente acolhido pelo Presidente Dom Geraldo Lyrio Rocha, que, após ouvir os órgãos competentes, me nomeou para tal missão.

Desde aquela ocasião, tenho procurado me esforçar para que a oração do Terço seja momento de contemplação dos Mistérios de Cristo, associado ao louvor e à súplica a Maria, e ainda oportunidade de maior engajamento dos homens do Terço na vida litúrgica e pastoral de suas paróquias ou comunidades.
Além disso, vi nascer algo maravilhoso que veio de forma espontânea, que foi o interesse de muitos grupos no sentido de voltarem suas atenções para os pobres, realizando verdadeira obra social, caritativa e promocional, o que tem aliviado o padecimento de muitos irmãos empobrecidos e sofredores, vencendo, como podem, as situações de exclusão social.

O Terço dos Homens tem se revelado também como força de transformação e de verdadeiras conversões. Homens antes em descaminhos ou frios na fé, ao frequentar um grupo de Terço, têm mudado de vida e se libertado de situações degradantes próprias de quem vive longe de Deus.

Dia 22 de fevereiro próximo, acontecerá a 6ª. Romaria Nacional do Terço dos Homens a Aparecida. De Juiz de Fora, mais de 15 ônibus já estão lotados para o evento. De todo o Brasil, virão multidões de homens para mais uma vez celebrar a Eucaristia, rezar o Terço e reforçar a união dos que descobriram este jeito de estar mais perto de Deus e de receberem graças especiais para a sua condição de verdadeiros discípulos e missionários do Senhor.

Louvores sejam dados a Deus e a Nossa Senhora por esta surpresa animadora suscitada pelo Espírito Santo no Brasil e que vem se espalhando de forma tão encantadora e benéfica! Salve Maria, Salve Rainha!

Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora
Bispo Referencial do Terço dos Homens no Brasil




Criada Comissão Arquidiocesana para o processo de beatificação e canonização de monsenhor Marciano

monsenhor marcianoDurante a celebração em comemoração aos 90 anos da Diocese de Juiz de Fora no dia 1º de fevereiro, foi anunciada a composição da Comissão Arquidiocesana para o processo de beatificação e canonização de monsenhor Marciano.

Em 2011 o arcebispo de Juiz de Fora, dom Gil Antônio Moreira, concedeu autorização para a abertura dos trabalhos preliminares para o processo de beatificação e canonização de Monsenhor Marciano. Uma comissão foi criada, organizou os dados referentes à vida do padre e os enviou para a Congregação sobre a causa dos Santos, em Roma.

Há aproximadamente dois meses, a Santa Sé comunicou que a causa pode ser levada a efeito, ou seja, a comissão pode prosseguir os trabalhos de estudo e divulgação dos fatos referentes a monsenhor Marciano, inclusive de graças e milagres que ele teria realizado.

Segundo o vigário geral da Arquidiocese e membro da comissão, monsenhor Luiz Carlos de Paula, a partir de agora, a comissão irá trabalhar para buscar mais testemunhos sobre a vida de monsenhor Marciano, seus feitos em favor dos irmãos e irmãs e divulgar este servo de Deus.

“A Diocese começou com a presença desse líder espiritual modelar no seu seio. Nas origens de nossa diocese, encontramos um grande exemplo de bondade e de amor. Ele soube unir fé e vida, oração e ação, vida religiosa e prática da cidadania, virtudes tão importantes na vida dos cristãos”, ressalta monsenhor Luiz Carlos sobre a vida do monsenhor Marciano, que era membro do clero e pároco de Santa Rita de Jacutinga quando a Diocese de Juiz de Fora foi criada.

Conheça Monsenhor Marciano, o “Padrinho Vigário”

*Colaboração: Monsenhor Luiz Carlos de Paula

Nascido em Desterro do Melo, então município de Barbacena, no dia 17 de novembro de 1859, Marciano Bernardes da Fonseca foi ordenado sacerdote em 1887. Em julho do mesmo ano foi designado pároco da Paróquia Santa Rita de Cássia, em Santa Rita de Jacutinga, onde permaneceu até o seu falecimento, no dia 23 de junho de 1946.

Homem de Deus e homem do povo, líder espiritual exemplar. Muito trabalhou para a emancipação do município de Santa Rita de Jacutinga, o que ocorreu no dia 1º de janeiro de 1944. Também é importante ressaltar a preocupação deste homem de Deus para com os pobres e carentes, o que o levou a construir a Santa Casa de Misericórdia da cidade, inaugurada em 16 de novembro de 1914. Monsenhor Marciano era pessoa da mais alta confiança do então Bispo de Juiz de Fora, Dom Justino José de Santana que, durante suas viagens, confiava a ele o governo do bispado.

Em 2011, o arcebispo da Arquidiocese de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, concedeu autorização para a abertura dos trabalhos preliminares para o processo de beatificação e canonização de Monsenhor Marciano. Uma Comissão foi criada, organizou os dados referentes à vida do padre e os enviou para a Congregação sobre a causa dos Santos, em Roma. No último mês, a Santa Sé comunicou que a causa pode ser levada a efeito, ou seja, que podem prosseguir os trabalhos de estudo e divulgação dos fatos referentes a Monsenhor Marciano, inclusive de graças e milagres que ele teria realizado.

                                                                                                             Fonte: Arquidiocese de JF

 

Em mensagem para a Quaresma 2014 papa pede simplicidade

papa quaresmaA Santa Sé divulgou nessa terça-feira, 4 de fevereiro, a mensagem do papa Francisco para a Quaresma deste ano. Com o tema “Fez-se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza” (cf. 2 Cor 8,9), o papa faz um convite  a cada cristão nos dias de hoje, a viver uma vida simples.

Em sua mensagem, Francisco pede simplicidade para a Quaresma, os 40 dias que antecedem a Páscoa. Para ele, o poder, o luxo e o dinheiro impedem a distribuição justa das riquezas.

"Quando o poder, o luxo e o dinheiro se convertem em ídolos, antepõem-se à exigência de uma distribuição justa das riquezas. Portanto, é necessário que as consciências se convertam à justiça, à igualdade, à simplicidade e a compartilhar”, disse o papa.

O Santo Padre explica que há três tipos de miséria: a material, habitualmente designada por pobreza; a moral, que consiste em se tornar escravo do vício e do pecado, e a espiritual, que atinge o ser humano quando este se afasta de Deus e recusa Seu amor. Para o papa, muitas pessoas são obrigadas a viver em miséria por condições sociais injustas e falta de trabalho, que as priva da dignidade por falta de igualdade e respeito pelos direitos a educação e a saúde.

“A Quaresma é um tempo propício para o despojamento; e nos fará bem questionar-nos acerca do que nos podemos privar, a fim de ajudar os outros e enriquecê-los com a nossa pobreza. Não nos esqueçamos de que a verdadeira pobreza dói: não seria válido um despojamento sem essa dimensão penitencial. Desconfio da esmola que não custa nem dói”, escreve Francisco.

Para ler a mensagem na íntegra, clique aqui.

 

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