Papa Francisco explica significado da Porta Santa durante catequese

OSSROM26852 LancioGrandeOs grandes santuários católicos do mundo farão a abertura da Porta Santa no dia 13 de dezembro, quando o Vaticano, também, realizará o mesmo ato, na Basílica de São João de Latrão. Na catequese, na quarta-feira, 18 de novembro, o papa Francisco dedicou a reflexão para falar sobre o Jubileu da Misericórdia. Ele explicou a importância da Porta Santa, como sendo um gesto da misericórdia de Deus.

“Todos somos pecadores! Aproveitemos esse momento que vem e cruzemos o limiar dessa misericórdia de Deus que nunca se cansa de perdoar, nunca se cansa de nos esperar! Ele nos olha, está sempre próximo a nós. Coragem! Entremos por essa porta!”, disse Francisco.

Confira a íntegra da catequese:

CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Com essa reflexão chegamos ao limiar do Jubileu, que está próximo. Diante de nós está a porta, mas não somente a Porta Santa, outra: a grande porta da Misericórdia de Deus – e essa é uma porta bela! – , que acolhe o nosso arrependimento oferecendo a graça do seu perdão. A porta é generosamente aberta, é preciso um pouco de coragem da nossa parte para cruzar o limiar. Cada um de nós tem dentro de si coisas que pesam. Todos somos pecadores! Aproveitemos esse momento que vem e cruzemos o limiar dessa misericórdia de Deus que nunca se cansa de perdoar, nunca se cansa de nos esperar! Ele nos olha, está sempre próximo a nós. Coragem! Entremos por essa porta!

Do Sínodo dos Bispos, que celebramos no mês de outubro passado, todas as famílias, e toda a Igreja, receberam um grande encorajamento para se encontrarem no limiar dessa porta aberta. A Igreja foi encorajada a abrir as suas portas, para sair com o Senhor ao encontro dos filhos e filhas em caminho, às vezes incertos, às vezes perdidos, nestes tempos difíceis. As famílias cristãs, em particular, foram encorajadas a abrir a porta ao Senhor que espera para entrar, levando sua benção e sua amizade. E se a porta da misericórdia de Deus está sempre aberta, também as portas das nossas igrejas, das nossas comunidades, das nossas paróquias, das nossas instituições, das nossas dioceses, devem estar abertas, para que assim todos possam sair e levar essa misericórdia de Deus. O Jubileu significa a grande porta da misericórdia de Deus, mas também as pequenas portas das nossas igrejas abertas para deixar o Senhor entrar – ou tantas vezes sair o Senhor – prisioneiro das nossas estruturas, do nosso egoísmo e de tantas coisas.

O Senhor nunca força a porta: também Ele pede permissão para entrar. O Livro do Apocalipse diz: “Eu estou à porta e bato. Se alguém escuta a minha voz e me abre a porta, eu virei a ele, cearei com ele e ele comigo” (3, 20). Imaginemos o Senhor que bate à porta do nosso coração! E na última grande visão deste Livro do Apocalipse, assim se profetiza da Cidade de Deus: “As suas portas não se fecharão nunca durante o dia”, o que significa para sempre, porque “não haverá mais noite” (21, 25). Há lugares no mundo em que não se fecham as portas com chave, ainda há. Mas há tantos onde as portas blindadas se tornaram normais. Não devemos nos render à ideia de dever aplicar esse sistema a toda a nossa vida, à vida da família, da cidade, da sociedade. E tão menos à vida da Igreja. Seria terrível! Uma Igreja inospitaleira, assim como uma família fechada em si mesma mortifica o Evangelho e seca o mundo. Nada de portas blindadas na Igreja, nada! Tudo aberto!

A gestão simbólica das “portas” – dos limiares, das passagens, das fronteiras – se tornou crucial. A porta deve proteger, certo, mas não rejeitar. A porta não deve ser forçada, ao contrário, se pede permissão, porque a hospitalidade resplandece na liberdade do acolhimento e se escurece na prepotência da invasão. A porta se abre frequentemente para ver se do lado de fora há alguém que espera e, talvez, não tem a coragem, talvez nem mesmo força de bater. Quanta gente perdeu a confiança, não tem a coragem de bater à porta do nosso coração cristão, às portas das nossas igrejas…E estão ali, não têm a coragem, tiramos a confiança delas: por favor, que isso nunca aconteça. A porta diz muitas coisas da casa e também da Igreja. A gestão da porta requer atento discernimento e, ao mesmo tempo, deve inspirar grande confiança. Gostaria de dizer uma palavra de gratidão para todos os guardiões das portas: dos nossos condomínios, das nossas instituições cívicas, das próprias igrejas. Muitas vezes, a atenção e a gentileza da portaria são capazes de oferecer uma imagem de humanidade e de acolhimento a toda a casa, desde a entrada. Há de se aprender com estes homens e mulheres, que são os guardiões dos lugares de encontro e de acolhimento da cidade do homem! A todos vocês, guardiões de tantas portas, seja das casas, seja portas das igrejas, muito obrigado! Mas sempre com um sorriso, sempre mostrando o acolhimento daquela casa, daquela igreja, assim o povo se sente feliz e acolhido naquele lugar.

Na verdade, sabemos bem que nós mesmos somos os guardiões e os servos da Porta de Deus e a porta de Deus como se chama? Jesus! Ele nos ilumina sobre todas as portas da vida, incluindo aquelas do nosso nascimento e da nossa morte. Ele mesmo afirmou isso: “Eu sou a porta: se alguém entra através de mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem” (Jo 10, 9). Jesus é a porta que nos faz entrar e sair. Porque o rebanho de Deus é um abrigo, não é uma prisão! A casa de Deus é um abrigo, não é uma prisão e a porta se chama Jesus! E se a porta está fechada, dizemos: “Senhor, abre a porta!”. Jesus é a porta e nos faz entrar e sair. São os ladrões aqueles que procuram evitar a porta: é curioso, os ladrões procuram sempre entrar por outro lado, pela janela, pelo teto, mas evitam a porta, porque têm intenções más e se infiltram no rebanho para enganar as ovelhas e tirar proveito delas. Nós devemos passar pela porta e ouvir a voz de Jesus: se ouvimos o seu tom de voz, estamos seguros, estamos salvos. Podemos entrar sem medo e sair sem perigo. Nesse belíssimo discurso de Jesus, se fala também do guardião, que tem a tarefa de abrir ao Bom Pastor (cfr Jo 10,2). Se o guardião ouve a voz do Pastor, então abre e faz entrar todas as ovelhas que o Pastor traz, todas, incluindo aquelas perdidas nos bosques, que o bom Pastor foi resgatar. As ovelhas não são escolhidas pelo guardião, pelo secretário paroquial ou pela secretaria da paróquia; as ovelhas são todas enviadas, são escolhidas pelo bom Pastor. O guardião – também ele – obedece à voz do Pastor. Bem, poderíamos bem dizer que nós devemos ser como aquele guardião. A Igreja é a porteira da casa do Senhor, não é a patroa da casa do Senhor.

A Sagrada Família de Nazaré sabe bem o que significa uma porta aberta ou fechada, para quem espera um filho, para quem não tem morada, para quem deve escapar do perigo. As famílias cristãs façam de sua porta de casa um pequeno grande sinal da Porta da misericórdia e do acolhimento de Deus. É justamente assim que a Igreja deverá ser reconhecida, em todo canto da terra: como a guardiã de um Deus que bate, como o acolhimento de um Deus que não te fecha a porta na cara, com a desculpa de que você não é de casa. Com este espírito nos aproximamos do Jubileu: haverá para nós a Porta Santa, mas há a porta da grande misericórdia de Deus! Haja também para nós a porta do nosso coração para receber todos o perdão de Deus e dar, por nossa vez, o nosso perdão, acolhendo todos aqueles que batem à nossa porta.

Fonte: CNBB com informações do News.va

 

Papa Francisco apoia coleta para a Igreja na América Latina

papa francisco1-600x3001O Papa Francisco definiu a coleta para a Igreja na América Latina como um sinal extraordinário de comunhão e solidariedade

“Um sinal extraordinário de comunhão e solidariedade.” Com estas palavras o Papa Francisco definiu a coleta para a Igreja na América Latina, promovida pela Conferência Episcopal dos Estados Unidos.

Por ocasião do 50º aniversário de instituição da coleta, o Pontífice manifestou sua gratidão e apreço com uma mensagem enviada ao Arcebispo de Louisville, Joseph Edward Kurtz, presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos.

“Vi o bem que a generosidade constate dos fiéis estadunidenses realizou em todo o mundo, sobretudo na América Latina. Através de sua ajuda, muitas vidas foram tocadas pela Boa Nova do amor misericordioso de Cristo, especialmente os pobres”, frisa o Papa no documento enviado recentemente aos bispos estadunidenses.

Segundo o jornal da Santa Sé, L’Osservatore Romano, Francisco recorda que “a coleta para a Igreja na América Latina tomou forma e cresceu como meio eloquente para expressar os vínculos da fé e caridade que unem os católicos nos Estados Unidos e seus irmãos latino-americanos”.

Depois de cinquenta anos, “a coleta permanece um meio precioso de apoio nos esforços das Igrejas locais na América Latina e Caribe para proclamar o Evangelho e formar discípulos missionários cheios de zelo pela difusão da justiça, santidade e paz”.

Nessa perspectiva, o Papa sublinha que desde os Andes ao Caribe, o compromisso pastoral da Igreja contou não somente com as ofertas dos fieis estadunidenses, mas também “com o sentido crescente de comunhão que nasceu da partilha de dons”.

“Momentos significativos na vida da Igreja na América Latina e no Caribe, como a Conferência de Medellín e a Conferência de Aparecida, foram acompanhados pelas orações e presença encorajadora da comunhão católica nos Estados Unidos”, afirma Francisco. O Santo Padre deseja que a ajuda do episcopado estadunidense na coleta continue dando frutos para a vida espiritual e o testemunho do Evangelho.

Doação
Durante a Plenária dos Bispos estadunidenses, em Baltimore, aberta na segunda-feira, 16, o Bispo auxiliar de Seattle, Dom Eusebio L. Elizondo, presidente da subcomissão para a Igreja na América Latina, anunciou uma doação de três milhões e trezentos mil dólares para as atividades pastorais, que estarão disponíveis a partir de janeiro de 2016.

Durante a assembleia foi aprovado um documento que condena a indústria da pornografia. Dom Kurtz convidou os confrades a serem pastores presentes, acolhedores e com desejo de caminhar com as pessoas, seguindo o modelo indicado pelo Papa Francisco durante sua recente viagem apostólica aos Estados Unidos.

Nesse sentido, “os bispos devem buscar uma presença na arena pública sempre em busca do bem comum, permitindo a fé de agir, nunca impondo, mas sempre convidando e servindo”, concluiu o arcebispo.

Da redação, com Rádio Vaticano

Fonte: Canção Nova

 

Cáritas elege nova diretoria em Assembleia

Assembleia Caritas2015 2Evento abriu comemorações dos 60 anos da instituição, que serão celebrados em 2016


A Cáritas Brasileira, organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizou sua XX Assembleia, entre os dias 12 e 15 de novembro, em Brasília (DF). Na ocasião, foi eleita a nova diretoria da instituição. O arcebispo coadjutor de Aracaju (SE), dom João José Costa (à esquerda), foi escolhido para presidência da Cáritas, para o período de 2016 até 2019.

O encontro abordou o tema “Gestão da Rede Cáritas” e o lema “Cáritas Brasileira: Missão e solidariedade a serviço da Vida”. A abertura do evento eletivo e comemorativo aconteceu na data em que a instituição completou 59 anos, dando início à ação “Rumo aos 60 anos”.

O cargo de vice-presidente da Cáritas Brasileira será ocupado pela irmã Lourdes Maria Staudt Dill, da Congregação das Filhas do Amor Divino e que atua na Cáritas de Santa Maria (RS). A nova diretora-secretária será Marilene Alves de Souza, da Cáritas diocesana de Montes Claros (MG). O diretor-tesoureiro será Udelton da Paixão, da Cáritas diocesana de Paracatu (MG). Também foram eleitos os membros do Conselho Fiscal, composto por Adão José Piva, padre Wilson Buss, Anadete Gonçalves Reis, que são os três membros titulares; e Otília Balio Fava, padre Francisco Almeida, e diácono Marcus Soares, os suplentes.

Avaliação
Após homenagem à atual diretoria, o bispo de Santarém (PA) e presidente da Cáritas, que cumprirá mandato até o início do próximo ano, dom Flávio Giovenale, e a atual Diretoria Nacional repassarão as atribuições à nova gestão, dentro de um contexto de crescimento no número de entidades-membros e também de articulações nos regionais. Dom Flávio destacou a melhor atuação em conjunto entre os inter-regionais e o fortalecimento do relacionamento com a CNBB.

“Esta experiência adquirida junto a Cáritas nos possibilitou obter uma visão maior do Brasil, porque até então meu trabalho fora desenvolvido principalmente na região da Amazônia. Pessoalmente, agora tenho uma visão mais clara de quanto bem se faz no Brasil. O detalhe é que o bem não faz barulho. As árvores que crescem, as florestas que surgem, não fazem barulho. Já uma árvore que cai faz um estrondo enorme. A Cáritas não faz barulho, as Pastorais Sociais também não. Temos certeza que este mundo pode ser melhor para todos e todas. Por isso devemos manter as esperanças e trabalhar pelos mais necessitados e necessitadas”, contou o bispo.

A vice-presidente da Cáritas, Anadete Reis, falou da oportunidade de celebrar o trabalho da Cáritas Brasileira e debater a realidade do país. “A Cáritas mostra que existe um outro mundo possível de ser construído, que existem alternativas para além do atual domínio dos grandes projetos. Porque ela defende a soberania do país, a liberdade de sua população, a construção de uma sociedade justa e solidária. A Cáritas está se organizando melhor para responder à sua missão”, declarou.

Continuidade
O presidente eleito da Cáritas, dom João Costa, ressaltou a atuação solidária do organismo. “A Cáritas é a caridade na Igreja. A Cáritas representa a esperança, significa a opção pelos pobres. Vivenciar a Cáritas é caminhar com o compromisso de uma sociedade justa, fraterna e solidária, a partir da caminhada em Cristo e da vivência da fé. A Igreja é uma instituição de grande relevância, tem muito a oferecer à sociedade. E não pode se recusar a atender este chamado”, disse.

Sobre o trabalho a ser oferecido pela Cáritas, dom João afirma que a organização deve se pautar pela união e pela fidelidade à sua missão. “Um agente animado anima muitos outros. Um desanimado, desanima outros tantos”, aponta. O bispo ainda disse que é uma “grande alegria e um grande desafio” contribuir para uma “história tão extraordinária como a da Cáritas”.

“A nossa contribuição tem que ser na direção da construção de um mundo melhor. Para isso, contamos com o apoio de todos e todas, de Deus e do Espirito Santo, para nos dar força para enfrentar os desafios e construir um mundo melhor, atendendo os pobres e fortalecendo sua esperança”, declarou.

Em 2016, a Cáritas Brasileira irá completar 60 anos de fundação. No contexto das comemorações, duas ações foram propostas. Haverá o Concurso Comemorativo - Pintando, cantando e contando os 60 anos da Cáritas Brasileira, que reconhecerá trabalhos com a temática do aniversário nas áreas de Design Gráfico, Música e Literatura.

A outra iniciativa é chamada “Pontos de Solidariedade”. Os agentes das diversas instâncias da Rede Cáritas foram convidados a encontrar e eleger 60 pontos de solidariedade nas comunidades. Saiba mais clicando aqui.

A vice-presidente eleita, irmã Lourdes Dill, falou sobre as comemorações e novos passos da entidade. “Agora que vamos celebrar o jubileu, devemos sim olhar para o passado, mas também para o futuro. A Cáritas é o grande braço social da Igreja. Ela representa a conquista da cidadania, colabora para que toda gente seja efetivamente gente. Devemos fortalecer o espírito de cordialidade, o trabalho em rede, apostar na ação coletiva, abandonando o individualismo. Nossa meta é a construção da justiça e da paz, cumprindo a missão da Cáritas que Deus nos confiou”, avaliou.

Com informações da Cáritas Brasileira e foto de Ricardo Piantino/Cáritas Brasileira

Fonte: CNBB

 

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