Morre cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo, bispo emérito de Belo Horizonte (BH)

falecimentoMorreu na manhã desta terça-feira, 8 de outubro, o bispo emérito de Belo Horizonte (MG), cardeal Dom Serafim Fernandes de Araújo, aos 95 anos. Fiéis poderão se despedir do religioso a partir das 20h, no Santuário Arquidiocesano de Adoração Perpétua Nossa Senhora da Boa Viagem (Rua Sergipe, 175, Bairro da Boa Viagem).

Na quarta-feira, dia 9, Missas serão celebradas às 7h, 10h, 15h, 18h e 20h. Na quinta, dia 10, as celebrações serão às 10h, 12h, 15h, 17h. O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, está regressando de Roma, onde participa do Sínodo dos Bispos para a Amazônia, para se despedir de dom Serafim. Dom Walmor preside, na quinta-feira, a Missa das 17h, que antecede o sepultamento do Cardeal. O Papa Francisco, nesta terça-feira (8), dedicou oração a dom Serafim, durante o Sínodo dos Bispos para a Amazônia.

Nascido em Minas Novas (MG), Dom Serafim foi empossado como arcebispo coadjuntor de Belo Horizonte (MG) em 1983. Em 1986, ele tomou posse como arcebispo metropolitano, sucedendo dom João Resende Costa. Nomeado cardeal em 1998 pelo Papa João Paulo II, tornou-se arcebispo emérito em 2004, quando Dom Walmor Oliveira de Azevedo, hoje presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), assumiu o governo da arquidiocese de BH.

Mensagem de Dom Gil

O arcebispo metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, era próximo de Dom Serafim e lamentou a notícia. “Tive com ele feliz convivência por vários anos e foi ele um dos que me incentivaram a aceitar a eleição episcopal, confiando sempre na Graça de Estado. Ele sempre gostava de dizer: ‘Na palma da mão de Deus’”.

A Arquidiocese de Juiz de Fora e seu Pastor se unem fraternalmente a Dom Walmor, aos fiéis da Igreja Particular de Belo Horizonte, e manifesta aos familiares sua proximidade neste momento doloroso, mas carregado de fé na ressurreição. RIP!

Trajetória

Dom Serafim Fernandes de Araújo nasceu em 13 de agosto de 1924 em Minas Novas (MG). Sucedeu dom João Resende Costa no governo da Arquidiocese de Belo Horizonte, em 5 de fevereiro de 1986. Viveu sua infância em Itamarandiba e aos 12 anos de idade foi estudar no Seminário de Diamantina, onde se formou em Humanidades em 1942 e em Filosofia em 1944.

Foi escolhido para ir estudar em Roma, onde fez mestrado em Teologia e Direito Canônico na Pontifícia Universidade Gregoniana. Sua ordenação se deu em 12 de março de 1949, na Catedral de São João Latrão, em Roma.

Retornou ao Brasil e celebrou sua primeira missa em 17 de setembro de 1951, em Itamarandiba. Depois foi ser pároco de Gouveia (MG), onde ficou de 1951 a 1957.

Nesse mesmo período atuou como capelão da Companhia Industrial de São Roberto. De 1956 a 1957 assumiu o posto de capelão militar do 3º Batalhão Militar da Polícia Militar de Minas Gerais. Também foi diretor de Ensino Religioso da Arquidiocese de Diamantina e professor de Direito Canônico no Seminário Provincial.

Em Curvelo, onde foi pároco em 1957 e cônego de 1958 a 1959, também atuou como professor em várias escolas. Sagrado bispo em 7 de maio de 1959, com apenas 34 anos (foi o mais novo bispo do Brasil), transferiu-se para Belo Horizonte para ser auxiliar de dom João Resende Costa. Assumiu também os cargos de vigário geral, administrador e diretor de Ensino Religioso da Arquidiocese, além de tornar-se professor de Cultura Religiosa da PUC Minas. A partir de 1960, dom Serafim toma posse como reitor da PUC Minas.

Dom Serafim participou do Concílio Vaticano II, de 1962 a 1965. O bispo também viajou para vários países, em visita a universidades, para participar de seminários e congressos sobre educação. Entre 1978 e 1981, foi membro do Conselho Federal de Educação.

A posse como arcebispo coadjuntor – com direito à sucessão do arcebispo de Belo Horizonte – aconteceu no dia 31 de março de 1983, no Ginásio do Mineirinho. Em 1986, dom Serafim tomou posse como arcebispo metropolitano, sucedendo dom João Resende Costa.

Dom Serafim foi idealizador do Projeto Pastoral Construir a Esperança, que teve início em 1990. Nomeado cardeal em 18 de janeiro de 1998, recebeu sua investidura cardinalícia nos dias 21 e 22 de fevereiro do mesmo ano, das mãos do Papa João Paulo II. Seu sucessor, dom Walmor Oliveira de Azevedo, assumiu o governo da Arquidiocese de Belo Horizonte em 26 de março de 2004.

Leia na íntegra a matéria no site da Arquidiocese de Belo Horizonte.

 

Nota de Condolências da CNBB pelo falecimento do cardeal Serafim Fernandes de Araújo

Brasília – DF, 8 de outubro de 2019

Prezado irmão, dom Walmor Oliveira de Azevedo

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifesta seu pesar pelo falecimento do cardeal Serafim Fernandes de Araújo, bispo Emérito de Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira, 8 de outubro. Ao senhor, aos familiares e a todo o povo de Deus desta Igreja Particular, queremos nos unir em oração e em solidariedade, fazendo memória deste nosso irmão.

Enaltecemos a atuação do cardeal no campo da educação, atuando como professor em várias escolas, foi diretor de Ensino Religioso da Arquidiocese, além de se tornar professor de Cultura Religiosa e reitor da PUC Minas. Dom Serafim participou do Concílio Vaticano II, de 1962 a 1965. O Cardeal também viajou para vários países, em visita a universidades, para participar de seminários e congressos sobre educação. Entre 1978 e 1981, foi membro do Conselho Federal de Educação.

Enviamos o nosso fraterno abraço a todos e asseguramos as nossas orações pelo descanso eterno do cardeal Serafim Fernandes de Araújo, profeta da ternura, tema que sempre abordava nos retiros espirituais que pregava.

Em Cristo,

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo de Belo Horizonte (MG)
Presidente da CNBB

Dom Jaime Spengler
Arcebispo de Porto Alegre (RS)
Primeiro Vice-Presidente da CNBB

Dom Mário Antônio da Silva
Bispo de Roraima (RR)
Segundo Vice-Presidente da CNBB

Dom Joel Portella Amado
Bispo auxiliar da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ)
Secretário-geral da CNBB


* Fonte: Site da CNBB

Em outubro, Francisco reza por uma nova primavera missionária na Igreja

Missão-2-1024x683Neste mês de outubro, o “Vídeo do Papa” é dirigido a todos os católicos, convidando-os a despertar sua consciência missionária e enfrentar o “desafio de proclamar Jesus morto e ressuscitado”. Esta edição do vídeo é dedicada ao início do Mês Missionário Extraordinário, convocado pelo Papa Francisco “com o objetivo de promover uma maior conscientização sobre a missão ad gentes e retomar com renovado ardor a transformação missionária da vida e da atividade pastoral da Igreja”.

Na mensagem em vídeo, Francisco propõe “chegar às periferias, aos ambientes humanos, culturais e religiosos ainda alheios ao Evangelho: nisto consiste o que chamamos missio ad gentes”, disse. Em sua intenção, o Papa reza para que “o Espírito Santo possa promover uma nova primavera missionária para todos os que são batizados e enviados pela Igreja de Cristo”, membros de uma “Igreja peregrina que é missionária por natureza”. E recorda: “o coração da missão da Igreja é a oração”.

 

Territórios missionários

As Pontifícias Obras Missionárias ecoaram as palavras do Santo Padre, que expressou o desejo de que este Mês Missionário possa ser “uma intensa e fecunda ocasião de graça, promovendo iniciativas e, sobretudo, a oração que é a alma da toda atividade missionária”.

Há regiões em que a Igreja está ainda em seu começo e precisa de apoio especial – territórios missionários, como são chamados. Atualmente, existem 1.109 territórios localizados na África, Ásia e nas ilhas da Oceania e nas Américas. Estima-se que 37% da Igreja Católica seja território de missão; isto é, mais de um terço.

Essa situação implica um trabalho em constante evolução, pois, à medida que novos territórios são criados, novas instituições sociais, educacionais e pastorais são designadas para cobrir todos os tipos de necessidades. Uma grande parte do trabalho social e educacional da Igreja é realizada em territórios missionários.

No site da Pontifícias Obras Missionárias é possível encontrar todo o material para a celebração deste Mês Extraordinário.

*Fonte: Site do Vatican News

Do Vaticano, presidente da CNBB fala dos primeiros momentos do Sínodo para Amazônia

Sínodo-1200x762 cO arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, concedeu uma entrevista ao vivo no Facebook hoje, 7 de outubro, segundo dia do Sínodo para a Pan-Amazônia, direto da Sala Paulo VI, ao jornalista da rádio Vaticano, Silvonei José. O foco foi sobre os primeiros momentos do Sínodo para a Amazônia, que acontece no Vaticano, em Roma, até 27 de outubro. Reforçando a ênfase do Papa Francisco, dom Walmor falou sobre a importância da oração e de o Sínodo deixar-se conduzir pelo Espírito Santo. “Estamos aqui sendo igreja abertos à ação do Espírito Santo de Deus”, disse.

O presidente da CNBB destaca que os primeiros momentos estão marcados pela fé, oração e abertura do coração ao horizonte que vai dirigir o caminho do Sínodo. “A nossa preocupação primeira e central é pastoral, com a evangelização e o anúncio de Jesus Cristo”, afirmou. Dom Walmor destacou também a necessidade, para a evangelização, de a Igreja inculturar-se na região como faz em outras regiões do mundo. Para o religioso, como compreender e viver a ecologia integral é uma preocupação importante e fundamental nas lições necessárias que “precisamos aprender a partir da Amazônia”. Os novos caminhos da presença da Igreja na Amazônia, segundo o presidente da CNBB, vão brotar a partir da escuta e ancorados na tradição da Igreja, nos valores do Evangelho e naquilo que é imutável. Acompanhe a entrevista na íntegra.

Como foram os primeiros momentos?

Dom Walmor: Esses primeiros momentos estão marcados, em primeiro lugar, pela fé, oração e pela abertura de coração no horizonte que vai dirigir o nosso caminho. A nossa preocupação primeira e central é a pastoral, a evangelização, o anuncio de Jesus de Cristo. Isso se desdobra iluminando a cultura, a necessidade de uma inculturação na Amazônia, assim como em outros lugares da Igreja presente no mundo. Ao mesmo tempo nossa preocupação com o social, a vida é um dom de Deus e a fé se compromete com esse dom de Deus de promovê-la e defendê-la sempre. Uma nossa preocupação importante e fundamental nas lições que precisamos aprender a partir da Amazônia: a ecologia integral. Portanto, o horizonte nosso é esse, a evangelização, a cultura, o social e a ecologia. E aí, nós vamos percorrer esse trabalho abertos a ação do Espírito Santo de Deus para uma resposta adequada que será também para nós exemplar em toda a Igreja amanhã.

O santo Padre na abertura, quando deu as boas-vindas aos padres sinodais, falou em alguns pontos importantes: o primeiro é a oração e a necessidade de que esse Sínodo deixe-se conduzir pelo Espírito Santo.

Na Igreja nada podemos fazer se não abertos a ação Espírito Santo de Deus. E por isso mesmo, é muito importante a oração que nos abre profundamente à ação do Espírito Santo de Deus. Por isso aqui lembro Santa Terezinha que diz: “o apostolado da oração, isto é a oração é superior e, na verdade, abre caminho para a evangelização”. Por isso, nós estamos aqui juntos numa experiência bonita de solidariedade, de fraternidade, de oração, como ontem na abertura e hoje, assim marcando nossas vidas porque nós aqui estamos não como um parlamento, organização governamental ou não governamental, estamos aqui como Igreja, estamos aqui sendo igreja abertos à ação do Espírito Santo de Deus.

Muita polêmica suscitou o Instrumentum laboris, (instrumento de trabalho). Eu creio que o cardeal Baldissere já na introdução falava que ele foi um documento “mártir”, um documento que nasce para morrer.

O Instrumento de trabalho inspirou reflexões discussões e debates. Ele não é a base daquilo que vai ser o resultado do o caminho do Senhor. Esse trabalho, por isso, precisamos de grande abertura, ação do espírito santo de Deus, será a partir de agora. É um texto mártir, ele é um texto que sofreu muitas reflexões, muitos debates, busca de esclarecimentos apontando- se aquilo que nele faltava. Por isso, nós agora começamos um trabalho. Poderia dizer, de certo modo, do comecinho porque agora nós estamos juntos todos nesta experiência eclesial bonita de abertura à ação do Espírito Santo de Deus para construir esse novo caminho. Precisamos das orações de todos, da comunhão e muita escuta. Eu tenho certeza que Deus nos conduzirá nesse caminho e nós encontraremos as respostas novas que a Igreja precisa dar nesse tempo.

O papa falava no momento de oração, quer dizer, temos o primeiro elemento desse sínodo é a oração, o segundo é a escuta, o diálogo, a fraternidade entre os padres sinodais.

Esta é uma experiência fundamental e determinante. A oração, escuta de Deus, a oração, escuta uns dos outros porque é assim que sempre faz na Igreja, por isso na Igreja e não da Igreja quando existe ataques, agressões, desmoralizações. Na Igreja se faz exatamente pela escuta para que as diferenças sejam construídas com grande riqueza.

Vimos dentro da plenária, a participação dos padres sinodais brasileiros, em um número de 58. É uma presença muito forte, inclusive dom Claudio, ele como relator geral do sínodo, falou em português e para nós isso é um orgulho e uma brande conquista para nossa língua.

É muito importante essa presença de grande número de bispos brasileiros exatamente porque olhando a Pan-Amazônia, a maior parte está exatamente no Brasil e o em nosso país temos uma população 20 milhões de habitantes presentes ali na Amazônia. Portanto, uma presença importante. É a escuta destes padres sinodais que vivem seu dia a dia, sua missionariedade, a sua oferta bonita ao povo de Deus que ali se encontra.

Estamos apenas iniciando esses trabalhos, esse caminho já que Sínodo deve ser caminhar juntos, o que o senhor espera para esses próximos dias?

Eu espero muita fraternidade, a força da ação do Espirito Santo de Deus, muita reflexão. Como disse o papa Francisco “é hora de, sobretudo, nos abrirmos a essa ação do Espírito Santo”. Não estamos chegando aqui arrazoados e tratados para fazer defesa, vamos nos colocar, compartilhar e assim abrindo o nosso coração, vivermos essa experiência bonita de encontrarmos o caminho que Deus quer nos mostrar. Portanto, é um momento de fraternidade, de oração, de alegria e de muita comunhão eclesial entre nós aqui, mas daqui com o coração de todo povo de Deus, particularmente, na Pan-Amazônia.

Todos os bispos do Brasil e o povo de Deus. Nós temos os bispos da Pan-Amazônia, temos os bispos que foram convocados como padres sinodais e o senhor como padre sinodal representa todos os nossos bispos do Brasil e o papa pediu vamos rezar por esta assembleia, por este sínodo. O modo de que podemos estar reunidos junto com os padres sinodais no nosso Brasil ou nos países lusófonos é através da oração.

É muito importante essa comunhão orante, esse coração aberto, esse desejo que a partir daqui nós possamos encontrar os caminhos novos que a Igreja precisa, novos caminhos exatamente ancorados na sua tradição, nos valores do Evangelho e naquilo que imutável. Mas porque o mundo muda e precisamos de novas respostas. É hora muito importante, aproveito para convidar a todos à comunhão. Essa é a nossa força como Igreja para darmos novas respostas e para abrimos novos caminhos. Deus nos ajude nesta experiência, que todos nós possamos estar muito unidos, confiantes e alegres neste caminho.

O papa falava muito bem das realidades e da diversidade que nós temos dentro da Amazônia.

Quando nós falamos do Sínodo para Amazônia é para Amazônia, mas a partir da Amazônia para se chegar às indicações importantes para toda nossa Igreja. Temos a partir de um Sínodo que é para Amazônia oportunidades de sermos a Igreja que reaprende seus caminhos e dá novas respostas. Da Amazônia para a Igreja no Brasil e em todo mundo uma nova resposta. E eu tenho certeza que assim será e vamos fazer esse caminho com muita alegria e com muita simplicidade de coração e confiança incondicional depositada em nosso Deus.

* Fonte: Site da CNBB

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