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Santo Antônio reflete a luz de Cristo

Ao celebrar a festa de Santo Antônio, padroeiro da cidade de Juiz de Fora e da Arquidiocese, a comunidade católica no corrente ano de 2013, terá motivos novos para exultar em ações de graças. Estamos inaugurando o novo Centro Administrativo Pastoral Arquidiocesano, um prédio de quatro andares que acolhe a Cúria Metropolitana, o Centro de Pastoral, o Arquivo Arquidiocesano, o Setor Arquidiocesano de Comunicação, o Tribunal Eclesiástico Interdiocesano, além de um amplo auditório para 600 lugares e uma linda capela.

 

O edifício recebe o nome de Christus Lumen Gentium (Cristo Luz dos Povos), em uma homenagem ao Concílio Vaticano II, que tem um de seus mais importantes documentos com este tema e que está completando 50 anos.

 

Faz justamente dois anos que benzemos, a 13 de junho de 2011, a pedra fundamental deste. À ocasião, concluindo o memorável Sínodo Arquidiocesano, houve bela procissão percorrendo a avenida Rio Branco, em direção à Catedral Metropolitana, onde foi celebrada missa solene. Agora, ao inaugurarmos o novo edifício, daremos início à revisão da caminhada sinodal nestes dois anos de intenso trabalho nas paróquias e nas comunidades.

 

A celebração se reveste de ações de graças a Deus por nos ter dado, em nosso patrono, exemplo tão eloquente de santidade, reflexo da luz de Cristo, modelo a ser seguido em toda ação pastoral e na vivência pessoal de cada dia. Sendo Cristo a luz dos povos, indubitavelmente vê-se em Antônio a modelar figura humana que se deixou iluminar pela luz que vem do Salvador, passando inevitavelmente a iluminar os irmãos na fé, reflexos estes que perduram no caminhar da história, chegando a nossos tempos de forma tão evidente.

 

Ao destacarmos a luz de Cristo nestes momentos eclesiais, é útil recordar acenos da vida do Padroeiro. Santo Antônio nasceu em Portugal no ano 1195, recebendo o nome de Fernando. Quando já havia vestido o hábito dos agostinianos, resolveu abraçar os ideais de São Francisco, marcadamente pobre, depois de saber da notícia do martírio de oito jovens missionários na África.

 

Tais fatos revolveram a mente de Fernando que deixou a ordem de Santo Agostinho para assumir o hábito de São Francisco, recebendo aí o nome de Frei Antônio de Lisboa. Oferecendo-se para ir para Marrocos, onde foram torturados, matados e estraçalhados os mencionados oito frades, descobriu sua verdadeira vocação: ser missionário. Deixou tudo e partiu para o continente africano.

 

Porém, de retorno a Portugal, para tratar da saúde, a embarcação, por causa de problemas climáticos, não lhe permitiu chegar ao destino, tendo que aportar na ilha da Sicilia de onde partiu para Assis e depois para Pádua. Aí viveu intensamente o evangelho, estudou e ensinou a Sagrada Escritura com rara maestria, e luminosa santidade. Foi o primeiro teólogo da Ordem dos frades franciscanos. Foi peregrino das estradas, pregador do evangelho.

 

Depois de uma vida intensíssima imersa na luz de Deus, partiu para o Pai a 13 de julho de 1231, com apenas 36 anos de idade, enquanto cantava um hino à Beatíssima Virgem Maria. Tais eram os sinais de sua santidade que o Papa Gregório IX o canonizou em menos de um ano após sua morte. Em 1946, o Papa Pio XII o declarou Doutor da Igreja, com o título de Doutor Evangélico, dado ao seu particular gosto pelos estudos bíblicos.

 

Nos passos de Santo Antônio, a comunidade juiz-forana se abre particularmente à luz de Cristo para a revisão da caminhada sinodal e para dar início à nova fase administrativa marcada pelo princípio da unidade, com a inauguração do Edifício Lumen Gentium, espaço de comunhão, participação e missão nesta Igreja Particular juiz-forana.


Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo metropolitano de Juiz de Fora

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