24ª edição da Semana de Filosofia aborda 25 anos da Encíclica “Fides Et Ratio”

Semana-de-Filosofia-1Entre os dias 25 e 27 de outubro, o Seminário Arquidiocesano Santo Antônio sedia a XXIV Semana Acadêmica de Filosofia. Promovida pelo Curso de Filosofia do Centro Universitário UniAcademia, o evento trará, como tema central, os 25 anos da Encíclica “Fides Et Ratio”, do Papa São João Paulo II. O documento trata das relações absolutamente compatíveis entre fé e razão na busca da verdade.

As palestras e atividades serão realizadas pela manhã. A abertura será na quarta-feira (25), às 9h30, com a palestra do Professor Pe. Me. Elílio de Faria Mattos Júnior sobre a Encíclica. No mesmo dia, haverá ainda grupos temáticos acerca do comportamento dogmático.

“A questão do perdão Paul Ricoeur”, “Noções de inteligência espiritual em Henrique Cláudio de Lima Vaz”, “A arte enquanto manifestação da fé” e “A hospitalidade” também serão temas de conferências e discussões. Toda a programação é aberta ao público, e a participação é gratuita. As inscrições, para aqueles que precisarem de certificado, devem ser feitas pela internet (clique aqui).

O Seminário Arquidiocesano Santo Antônio fica na Av. Barão do Rio Branco, 4516 – Alto dos Passos.

Confira a programação completa:

Dia 25 de outubro – Quarta-feira
9h30 – Palestra “25 anos da Encíclica Fides Et Ratio: Que razão para a fé?” – Professor Pe. Me. Elílio de Faria Mattos Júnior
11h – Grupos Temáticos: “Considerações sobre o comportamento dogmático” – Professor Dr. Robione Antônio Landim

Dia 26 de outubro – Quinta-feira
9h30 – Palestra “A questão do perdão Paul Ricoeur” – Professor Dr. René Armand Dentz Júnior
11h – Grupo Temático: “Noções de inteligência espiritual em Henrique Cláudio de Lima Vaz” – Professor Dr. Pe. Laureandro Lima da Silva

Dia 27 de outubro – Sexta-feira
8h30 – Mesa-redonda: “A arte enquanto manifestação da fé” – Antônio Ghabriel Costa Pires; Professor Emílio Cunha Amorim e Professor Victor Cassemiro
10h – Grupos temáticos: “A hospitalidade” – Professor Dr. Altamir Celio Andrade

Fonte: site da Arquidiocese de Juiz de Fora

Papa: a humanidade está carente de protagonistas

cq5dam.thumbnail.cropped.750.422-3“A exploração é uma das origens da guerra. A outra origem é a geopolítica da dominação do território”, disse o Papa Francisco em uma entrevista à agência de notícias Télam na qual abordou outros temas como a crise e os falsos messias, a dignidade no trabalho e aqueles que são explorados, a inteligência artificial, o sínodo e a esperança.

“Gosto da palavra crise porque ela tem movimento interno. Mas você sai de uma crise para cima, e não sai dela sozinho. Aqueles que querem sair sozinhos transformam a saída em um labirinto, que sempre dá voltas e mais voltas”, disse o Papa.

Francisco também enfatizou a importância de ensinar aos jovens “como resolver crises. Porque isso dá maturidade”, e eles podem alertar contra o messianismo: “Ninguém pode prometer resolver conflitos, se não for através das crises”.

A crise da humanidade

A jornalista da agência Télam, Bernarda Llorente, perguntou ao Papa: “O que está faltando à humanidade e o que está sobrando?” Francisco respondeu sobre a necessidade de promover “valores verdadeiros”:

“A humanidade carece de protagonistas da humanidade, que tornem visível seu protagonismo humano. Às vezes, percebo que falta essa capacidade de gerenciar crises e de fazer emergir a própria cultura. Não tenhamos medo de trazer à tona os verdadeiros valores de um país. As crises são como vozes que nos mostram para onde devemos ir.”

O Pontífice continuou alertando que “o pensamento único destrói a riqueza humana. E a riqueza humana tem de contemplar três realidades, três linguagens: da cabeça, do coração e das mãos. Assim, pensa-se o que se sente e se faz, sente-se o que se pensa e se faz e faz-se o que se pensa e se sente. Essa é a harmonia humana. Se faltar qualquer uma dessas três linguagens, haverá um desequilíbrio tão grande que levará a um sentimento único, a um pragmatismo único ou a um pensamento único. Essas são traições à humanidade”.

A Dignidade do trabalho

Ao ser questionado sobre o tema do trabalho, o Papa falou da dignidade do trabalho e do grave pecado da exploração: “É o trabalho que nos torna dignos. E a maior traição a esse caminho de dignidade é a exploração. Não da terra para que ela produza mais, mas a exploração do trabalhador. Explorar as pessoas é um dos pecados mais graves. E explorá-las para seu próprio lucro”.

O Santo Padre também enfatizou a necessidade dos direitos dos trabalhadores, para que eles não se tornem escravos: “Quando um trabalhador não tem direitos ou é contratado por pouco tempo para substituí-los e não pagar as contribuições, ele se torna escravo e o outro se torna algoz”.

Francisco lamentou que algumas pessoas o chamem de comunista quando ouvem falar de suas encíclicas sociais: “Não é assim. O Papa pega o Evangelho e diz o que o Evangelho diz. Já no Antigo Testamento, o direito hebreu pedia cuidar da viúva, do órfão e do estrangeiro. Se uma sociedade cumpre essas três coisas, se da bem. Porque se responsabiliza pelas situações extremas da sociedade. E se você assumir o controle das situações extremas, também fará o mesmo com as outras”, e reiterou:

“E deixo claro que não sou comunista, como alguns dizem. O Papa segue o Evangelho.”

A inteligência artificial

O Papa também foi questionado sobre os avanços da tecnologia e suas implicações: “A diretriz do progresso cultural, incluindo a inteligência artificial, é a capacidade de homens e mulheres de gerenciá-la, assimilá-la e controlá-la. Em outras palavras, homens e mulheres são senhores da criação, e não devemos desistir disso. O senhorio do indivíduo sobretudo. Mudanças científicas sérias são progresso. Devemos estar abertos a isso”, respondeu o Pontífice.

Segurança universal

E voltando à questão da guerra, pediu segurança universal por meio do diálogo: “Não se pode falar de segurança social se não houver segurança universal, ou uma que esteja em processo de se tornar universal. Acredito que o diálogo não pode ser apenas nacionalista, é universal, especialmente hoje em dia, com todas as facilidades de comunicação que existem. É por isso que falo de diálogo universal, harmonia universal, encontro universal. E, é claro, o inimigo disso é a guerra”.

O Papa Francisco considera que a “exploração” e a “dominação dos territórios” são as origens dos conflitos “fomentados pelas ditaduras”.

Para construir a paz e o bem comum, o Santo Padre pede “uma consciência da própria identidade. Não se pode dialogar com o outro se não se tem consciência da própria identidade. Quando duas identidades conscientes se encontram, elas podem dialogar e dar passos em direção ao acordo, ao progresso, a caminhar juntas”.

A Igreja em harmonia

Sobre o desenvolvimento do Sínodo, e ao ser questionado sobre que tipo de Igreja é necessário para estes tempos, o Pontífice disse: “Desde o início do Concílio Vaticano II, João XXIII teve uma percepção muito clara: a Igreja tinha que mudar. Paulo VI concordou e continuou, assim como os Papas que os sucederam. Não se trata apenas de moda, trata-se de uma mudança de crescimento e em favor da dignidade das pessoas. E aí é que está a progressão teológica, da teologia moral e de todas as ciências eclesiásticas, incluindo a interpretação das Escrituras, que têm progredido de acordo com o sentir da Igreja. Sempre em harmonia”.

Esperança, um tempero diário

A entrevista continua com temas pessoais, como o relacionamento com Deus: “o Senhor é um bom amigo, me trata bem”; e sobre a capacidade de rir: “o senso de humor humaniza”. E a importância da virtude da esperança:

“Não podemos viver sem esperança. Se eliminássemos as pequenas esperanças de cada dia, perderíamos nossa identidade. Não nos damos conta de que vivemos de esperança. E a esperança teológica é muito humilde, mas é ela que dá sabor à nossa vida cotidiana. Pensar que talvez o amanhã seja melhor não é fugir. É outra coisa.”

E ao ser questionado sobre suas próximas viagens apostólicas, o Papa mencionou que gostaria de ir à Argentina, e “falando de mais longe, gostaria de visitar Papua Nova Guiné”.

Fonte: Site Vatican News

Vida e martírio da Beata Isabel Cristina são narrados em documentário

documentario-isabel-cristina-791x450-1A vida e o sacrifício da Beata Isabel Cristina, martirizada em Juiz de Fora, em 1982, poderão ser conhecidos pelos devotos por meio do documentário “Isabel Cristina: uma história de martírio”. Produzido pela Lumine, serviço de streaming católico, o filme estreia no próximo dia 22 de outubro.

Trazendo cenas de documentário e ficção, a obra retrata a vida de Isabel Cristina Mrad Campos, que, aos 20 anos, foi vítima de um assassinato por um homem que foi até a sua casa para montar um móvel e tentou violentá-la. Devido ao modo como viveu e morreu, defendendo os valores cristãos, a jovem mineira foi declarada Mártir pelo Papa Francisco em outubro de 2020 e beatificada em 10 de dezembro de 2022. “O martírio foi a cereja do bolo. A santidade de Isabel não está só no martírio de sangue, mas é o resultado de uma vida de entrega ao outro”, declarou Bernadete Andrada, amiga de Isabel Cristina, no documentário.

Com depoimentos de familiares, amigos, moradores de Barbacena (MG), cidade natal de Isabel Cristina, e autoridades da Igreja, o filme apresenta informações sobre os trágicos momentos derradeiros da Beata. Além disso, detalhes inspiradores e menos conhecidos de sua vida, como sua devoção aos santos, a caridade ao próximo, a delicadeza para com os pobres e os doentes também são contados.

Nas cenas ficcionais, os cineastas Gustavo Leite e Julia Sondermann, junto à atriz Cris Eifler, reconstituem episódios que os entrevistados descrevem durante as conversas. “Foi tocante conhecer a vida dela, a determinação na sua fé, sua bondade e poder contar essa história”, descreveu a intérprete de Isabel Cristina, Cris Eifler, sobre sua participação na obra.

Um dos momentos de maior tensão no documentário é quando o crime sofrido pela Beata é representado. Em relação a essa cena, os diretores escolheram abordar o acontecimento de forma mais respeitosa. “Decidimos não mostrar. A porta se fecha e não vemos o que acontece. Achamos que essa era a forma mais honrada e respeitável de contar a história dela, sem deixar de abordar o que aconteceu”, afirmaram.

Por que fazer um documentário sobre a Beata Isabel Cristina?

isabel-cristina cartaz-400x600-1A ideia de fazer um documentário sobre a vida da Virgem e Mártir Isabel Cristina nasceu na Paróquia Nossa Senhora da Piedade, em Barbacena, comunidade de fé que ela e os seus pais frequentavam. Segundo o Pároco local, Monsenhor Danival Milagres, a proposta surgiu a partir de uma conversa entre ele e um então agente da Pastoral da Comunicação (Pascom) da paróquia, Gustavo Grossi.

“Quando o grande evento da beatificação era eminente, eu vi toda a movimentação da paróquia para fazer algo memorável e observei que esses esforços estavam causando um grande impacto entre os fiéis locais. Sabíamos que a população da nossa região estava engajada, mas faltava algo que pudesse contar essa história para todo o Brasil e, por que não, para o mundo; explorar os canais audiovisuais — sobretudo os digitais —, que têm um potencial infinito de impactar e converter as pessoas; fortalecer e dar um próximo passo no processo de canonização”, contou Gustavo sobre o que despertou o seu interesse para a ideia de um documentário sobre a Beata.

“Barbacena iria receber o clero, parentes, colegas e amigos da Beata, membros do Vaticano, fora os milhares de fiéis. A oportunidade de documentar isso não poderia ser perdida, jamais aconteceria de novo. Àquela altura, a poucos meses do evento, eu só sabia que precisava criar um documentário. Prometi que o faria de um jeito ou de outro”, complementou Gustavo.

A partir dessa sugestão inicial, e com o aval de Monsenhor Danival, Gustavo entrou em contato com a Lumine, uma vez que era assinante da plataforma e conhecia o trabalho deles. A primeira conversa com a produtora ocorreu ainda em outubro de 2022. “No fim das contas, eu fui apenas a pessoa que agregou as peças do jogo. Eu não era o mais engajado dos paroquianos, tampouco sabia como produzir um filme, mas tinha um propósito firme”, disse Gustavo.

Em dezembro de 2022, às vésperas da cerimônia, eles já iniciaram os trabalhos de produção e gravação com as pessoas envolvidas no processo de beatificação, familiares, etc. Ainda registraram a celebração que elevou Isabel Cristina à honra dos altares e o translado dos seus restos mortais do Santuário de Nossa Senhora da Piedade para a capela que será dedicada a ela.

Para Monsenhor Danival, a obra poderá ajudar a propagar a vida e a santidade de Isabel Cristina, bem como fazer crescer a devoção à Beata. “Sem dúvida, será uma grande oportunidade para divulgar a vida e a história desta Beata, jovem Mártir, porque a beatificação tem como objetivo também dar publicidade à fama de santidade de um Beato”, destacou.

Após quase um ano de produção, o documentário “Isabel Cristina: uma história de martírio” poderá finalmente ser assistido pelo público. A estreia será no dia 22 de outubro (domingo), às 20h, pelo canal do YouTube da Lumine.

Quem foi a Beata Isabel Cristina?

isabel-cristina-312x450-1Isabel Cristina Mrad Campos nasceu em Barbacena, em 29 de julho de 1962. De uma família católica, cresceu cultivando os valores cristãos. Com os seus pais, aprendeu a testemunhar a fé pela caridade, vivendo a espiritualidade vicentina e despertando uma sensibilidade para ajudar aos pobres e mais necessitados.

A jovem barbacenense tinha o sonho de cursar Medicina e seguir carreira como pediatra. Por isso, mudou-se para Juiz de Fora (MG), em 1982, a fim de se preparar para o vestibular. Residia com o seu irmão em um apartamento, quando no dia 1º de setembro foi vítima de uma brutal violência: um homem, que foi até a sua casa para montar um guarda-roupa, tentou estuprá-la.

Isabel Cristina resistiu à violência sofrida, lutando bravamente contra o agressor e defendo os seus valores cristãos. Diante da resistência, o agressor deferiu 15 facadas contra a jovem, matando-a. Pelo modo como Isabel Cristina morreu, defendendo os valores da castidade, e pela forma como viveu, em 26 de janeiro de 2001 foi instaurado em Barbacena o seu processo de beatificação, tendo sido encerrado em âmbito arquidiocesano em 1º de setembro de 2009.

Em 27 de outubro de 2020, o seu martírio foi reconhecido pelo Papa Francisco. Isabel Cristina foi proclamada beata no dia 10 de dezembro de 2022, às 10h, em cerimônia realizada no Parque de Exposições Senador Bias Fortes, em Barbacena (MG). A celebração litúrgica da Beata Isabel Cristina será no dia 1º de setembro, data em que ela sofreu o martírio e nasceu para o céu.

Assista ao trailer da produção: youtu.be/75ph5dlnPZE

Fonte: site da Arquidiocese de Juiz de Fora
*Com informações da Arquidiocese de Mariana
**Imagens: Lumine/Divulgação

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