Papa: das chagas de Jesus brota a misericórdia, são fonte de paz, alegria e missão

Foto-Vatican-MediaAproximar-se de Jesus e tocar suas chagas, em nossos irmãos sofredores. Este foi o convite do Papa Francisco aos milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro para a Oração do Regina Coeli, nesse II Domingo da Páscoa, o Domingo da Divina Misericórdia.

Francisco recordou que é das chagas de Jesus que brota a misericórdia, que todos temos necessidade, e é “dali que brota a paz, a alegria e a força para a missão”.

A paz

Sua reflexão foi inspirada na passagem do Evangelho de São João, que narra a incredulidade de Tomé após a aparição de Jesus aos discípulos. Com sua morte, “estavam desorientados e com medo”, por isso – disse Francisco – eram os primeiros a ter necessidade da paz oferecida por Jesus em suas primeiras palavras: “A paz esteja convosco!”.

Tomé, ao ser informado deste “evento extraordinário”, mantém-se incrédulo. Assim, oito dias mais tarde – exatamente hoje, observa o Papa – “a aparição se repete: Jesus vai de encontro à incredulidade de Tomé, convidando-o a tocar suas chagas”. “Elas constituem a fonte da paz, porque são o sinal do imenso amor de Jesus que derrotou as forças hostis ao homem, o pecado e a morte”.

As chagas são um tesouro, delas brota a misericórdia

É como se Jesus nos dissesse, a todos nós: “Mas se tu não estás em paz, toca as minhas chagas”: “Tocar as chagas de Jesus, que são os tantos problemas, dificuldades, perseguições, doenças, de tantas pessoas que sofrem. Tu não estás em paz? Vai, vai visitar alguém que é o símbolo da chaga de Jesus. Toca a chaga de Jesus. Mas daquelas chagas brota a misericórdia, por isso hoje é o Domingo da Misericórdia. Um santo dizia que o corpo do Jesus crucificado era como um mar de misericórdia, que por meio de suas chagas veio até nós”.

“Todos nós temos necessidade de misericórdia, sabemos disso”. Assim – foi a exortação do Santo Padre – “aproximemo-nos de Jesus e toquemos suas chagas, em nossos irmãos que sofrem”: “As chagas de Jesus são um tesouro, delas vem a misericórdia. Sejamos corajosos e toquemos as chagas de Jesus. Com estas chagas Ele está diante do Pai, as mostra ao Pai, como se dissesse: ‘Pai, este é o preço, estas chagas são o que paguei pelos meus irmãos’. Isto é, com as chagas, Jesus intercede diante do Pai. Nos dá misericórdia se nos aproximamos e intercede por nós. Não esqueçam as chagas de Jesus”.

A alegria

O segundo dom que Jesus ressuscitado traz aos discípulos – acrescentou o Papa – é alegria, como relatado pelo evangelista: “os discípulos encheram-se de alegria em ver o Senhor”: “Também conosco quando, quem sabe algo de incrível, de belo tenha acontecido, nos vem de dizer: ‘Eu não posso acreditar, isso não é verdade!’. Assim eram os discípulos, eles não podiam acreditar, tamanha alegria. Esta é a alegria que Jesus nos traz. Se tu estás triste, se tu não estás em paz, olha para Jesus crucificado, olhe para o Jesus ressuscitado, olhe para suas chagas e experimente essa alegria”.

A missão

Depois da paz e da alegria, Jesus também dá aos discípulos a missão, dizendo: “Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio”: “A ressurreição de Jesus é o início de um novo dinamismo de amor, capaz de transformar o mundo com a presença do Espírito Santo. Assim, neste segundo domingo de Páscoa, somos convidados a nos aproximar de Cristo com fé, abrindo o nosso coração à paz, à alegria e à missão”, disse Francisco. “Mas não esqueçam as chagas de Jesus, que dali brota a paz, a alegria e a força para a missão”.

“Confiemos esta oração à materna intercessão da Virgem Maria, Rainha do céu e da terra”, disse o Santo Padre, antes de rezar a oração do Regina Coeli.

Líbia

Após a oração, o Santo Padre recordou as beatificações de quatro mártires na Argentina, felicitou os cristãos das Igrejas Orientais e Ortodoxas que celebraram a Páscoa nesse Domingo e fez apelos pelas vítimas do conflito na Líbia:

“Convido-os a unirem-se à minha oração pelos refugiados que se encontram em centros de detenção na Líbia, cuja situação já é muito séria, e se torna ainda mais perigosa pelo conflito em curso. Apelo para que especialmente as mulheres, as crianças e os doentes, possam ser o mais rapidamente evacuados, através de corredores humanitários”.

Inundações na África do Sul

E também pelas vítimas de inundações na África do Sul: “E rezemos também por aqueles que perderam a vida ou sofreram sérios danos com as recentes inundações na África do Sul. Também a esses nossos irmãos, não falte a solidariedade e o apoio concreto da comunidade internacional”.

Ao saudar os diversos grupos presentes, Francisco recordou em particular “dos devotos da Divina Misericórdia”, que nesse domingo estão reunidos na Igreja Santo Spirito in Sassia – proximidades do Vaticano – para as celebrações da Festa da Divina Misericórdia.

* Fonte: Site do Vatican News

57ª Assembleia Geral: o desafio de atualizar as diretrizes para a Igreja no Brasil e eleger a nova presidência da CNBB

57AGDe 1º a 10 de maio, acontece no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, no Santuário Nacional de Aparecida (SP), a 57ª Assembleia Geral (AG) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Segundo o Estatuto da CNBB, podem participar do evento os 323 bispos na ativa, os 171 bispos eméritos e representantes de organismos e pastorais da Igreja. O arcebispo metropolitano de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, estará presente.

Este ano, a AG tem a tarefa central de atualizar as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE) da Igreja no Brasil para o quadriênio 2019 a 2023. A versão que os bispos aprovarão, produzida inicialmente pela Comissão Especial sobre a, foi objeto de sugestões e emendas dos órgãos da CNBB, como seu Conselho Permanente, dos bispos, dos organismos e pastorais da Igreja no Brasil. Sua atualização teve início ainda na 56ª AG, no ano passado, quando os bispos apontaram as primeiras sugestões.

O arcebispo de São Luiz (MA) e presidente do Regional Nordeste 5, dom José Belisário da Silva, coordenador dos trabalhos desta comissão, lembra que a atuação da Igreja no mundo urbano, conforme já amadurecido pelos bispos do Brasil, é o foco do documento. “O texto reforça que vivemos uma cultura urbana, com predominância no país das grandes cidades”, acentua.

Segundo o presidente da Comissão Especial, o grupo recebeu significativas contribuições. A tendência da equipe, segundo dom Belisário, foi acolher todas as emendas propostas, exceto as que apresentaram caráter contraditório. A equipe se encontrou mais uma vez antes da 57ª AG com a missão de incorporar as últimas contribuições enviadas. É desta reunião, reforça, que saiu o texto final que será aprovado pelos bispos em Aparecida (SP).

Estrutura do documento

As Diretrizes que os bispos aprovarão estão estruturadas a partir da imagem da comunidade cristã como “casa”. No centro, como eixo, está a Comunidade Eclesial Missionária, sustentada por “quatro pilares”: Palavra, Pão, Caridade e Missão.

O texto está estruturado em quatro partes. A primeira, que inclui uma introdução e o 1º capítulo, aprofunda os rumos da Igreja no mundo urbano atual; o 2º capítulo aprofunda o olhar dos discípulos missionários; o 3º capítulo trata da ideia-força da Igreja nas Casas, retomando a inspiração das primeiras comunidades cristãs; o 4º e último capítulo constitui-se de indicadores que apontam sobre qual que maneira a Igreja em Missão no Brasil pode estar presente da melhor maneira possível neste novo mundo urbano.

“Fundamentalmente, a nossa pergunta é: como que a nossa Igreja no Brasil agora se coloca diante deste novo momento da realidade brasileira?”, questiona dom Belisário. O desafio, após a 57ª AG, será transformar estas Diretrizes em projetos pastorais que, respeitando a unidade da Igreja em todo o Brasil, respondam às realidades regionalmente diversificadas.

Nova presidência

A 57ª AG da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil também tem como desafio eleger a nova presidência da CNBB para o próximo quadriênio. Esta é composta pelo presidente, vice-presidente e secretário-geral. Na ocasião, também serão eleitos os 12 presidentes das Comissões Episcopais Pastorais e o delegado e o suplente junto ao Conselho Episcopal Latino Americano (Celam).

Outros temas prioritários e diversos como reuniões, comunicações, celebrações e retiro integram a pauta da Assembleia. Esta edição prevê, inicialmente, duas mensagens e carta final, sendo uma ao Papa Francisco e outra ao prefeito da Congregação para os Bispos.

*Fonte: site da Arquidiocese JF, com informações da CNBB

Papa: tristeza e dor pelos atentados no Sri Lanka

Papa-Francisco-Sri-LankaNo Domingo de Páscoa, o terror voltou a atacar. Desta vez os alvos foram três igrejas onde os cristãos celebravam a Páscoa no Sri Lanka e três hotéis de luxo da capital Colombo. O Papa Francisco condenou os atentados, após ler sua mensagem de Páscoa:

“Recebi com tristeza e dor a notícia dos graves atentados que, precisamente hoje, no dia da Páscoa, levaram luto e dor a algumas igrejas e outros locais de encontro no Sri Lanka. Desejo manifestar minha afetuosa proximidade à comunidade cristã, atingida enquanto estava reunida em oração e a todas as vítimas de tão cruel violência. Confio ao Senhor os que morreram tragicamente e rezo pelos feridos e por todos aqueles que sofrem por causa deste acontecimento dramático”.

290 mortos e 500 feridos

O número de mortos nos ataques no Sri Lanka sobe para 290 e 500 feridos, é um balanço ainda parcial. Foram atingidas três igrejas durante as celebrações pascais e três hotéis de luxo de Colombo. Totalizaram oito explosões: as igrejas atingidas são a igreja de Santo Antônio em Colombo, a de São Sebastião em Negombo, localidade com a maioria católica no norte da capital, e Zion Church em Betticaloa, no Leste.

No país foram anuladas todas as celebrações pascais, imposto o toque de recolher – já revogado na manhã desta segunda-feira (22) – e bloqueadas as redes sociais para evitar circulação de notícias falsas e mais violência. Nenhum grupo reivindicou a autoria das ações até o momento, mas o ministro da Defesa, Ruwan Wijewardene, disse que todos os responsáveis pelos ataques “foram identificados” e já foram detidas pelo menos 24 pessoas, falando de ações “terroristas” de extremistas religiosos.

Novas explosões na periferia de Colombo

Os hotéis atingidos na capital Colombo são o Kingsbury, o Shangri-La e o Cinnamom Grand Hotel, que estavam repletos de turistas. Foram ainda assinaladas explosões em um hotel de Dehiwala, no subúrbio da zona sul da capital, e na zona de Dematagoda, no norte de Colombo. No entanto a segurança na cidade e no aeroporto foi intensificada. Entre as vítimas, segundo as autoridades, há pelo menos 35 estrangeiros.

O ataque foi duramente condenado pelo presidente do Sri Lanka Mathripala Sirisena e pela comunidade internacional. O presidente exortou os cidadãos a apoiarem a polícia na investigação.

Palavras do cardeal Ranjith

Ao receber as notícias da tragédia, o cardeal Malcolm Ranjith, arcebispo de Colombo, expressou “pesar pelas vítimas”, e convidou a rezar pelo país, solicitando também uma investigação “sólida e imparcial”.

A ilha chora as vítimas cristãs e, ao mesmo tempo, lança uma campanha para coleta de sangue em todos os hospitais. Em uma coletiva de imprensa, o cardeal Ranjith também convidou todos os cidadãos a dirigirem-se aos ambulatórios para doar sangue e pediu aos médicos, no dia de seu descanso, para voltarem ao serviço e “salvarem pelo menos uma vida”. Ao mesmo tempo, tenta consolar a comunidade cristã da ilha, pedindo à população para manter a calma.

A guerra civil

O Sri Lanka é um país com 21 milhões de habitantes viveu uma longa guerra civil entre o governo do Sri Lanka e os rebeldes Tamil: segundo a ONU durante a guerra que durou de 1979 a 2009 houve 80 mil vítimas.

O Papa Francisco visitou o país em janeiro de 2015. Os cristãos são pouco mais de 7% da população de maioria budista.

*Fonte: Site do Vatican News

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