CNBB escolhe música vencedora do concurso para o hino da Campanha da Fraternidade 2019

Partitura1O hino da Campanha da Fraternidade de 2019 já tem letra e música escolhidas. O Conselho Episcopal Pastoral (Consep) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) definiu que a melodia enviada pelo padre verbita Cirineu Kuhn irá animar as comunidades de todo o Brasil.

A seleção levou em consideração fatores como caráter vibrante, vigoroso, “energizador” da música; melodia e ritmo fluentes, acessíveis a qualquer tipo de assembleia; força melódica e rítmica eficazes para a dinamização das potencialidades individuais e grupais.

Foi feita uma seleção prévia com peritos ligados ao Setor Música Litúrgica da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB. As propostas mais bem avaliadas foram apresentadas aos bispos reunidos na reunião do Consep, realizada nos dias 17 e 18 de setembro, na sede provisória da CNBB, em Brasília (DF).

Cireneu Kuhn também foi premiado neste ano com o troféu Margarida de Prata dos Prêmios de Comunicação da CNBB, pela direção do filme “KIWXI – Memória, Martírio e Missão de Vicente Canãs”. Sobre a recepção da notícia de que teve sua música escolhida, Padre Cireneu afirma que recebeu com “muita alegria, embora não tivesse esperando por isso”.

A CF 2019 tem como tema “Fraternidade e Políticas Públicas” e lema “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1, 27). A letra escolhida, também por concurso, é de João Edebrando Roath Machado.

E foi João Roath, amigo de Padre Cireneu, quem o incentivou a participar do concurso. “E eu acabei atendendo o seu pedido na última semana que ainda restava para a inscrição. E posso dizer que talvez essa seja uma das músicas mais simples que eu tenha composto nos últimos anos”, conta. Foi exatamente a simplicidade da música que foi destacada pelo assessor da Música Litúrgica da CNBB, Irmão Fernando Benedito Vieira, como elemento importante na seleção.

Conforme pedia no edital, o autor explica: “a música em si não passa do escopo de uma oitava de Dó a Dó. Não tem cromatismos, nem saltos harmônicos complexos”. Segundo Cireneu, os músicos poderão, facilmente, subir um tom, ou abaixar um ou dois tons, de acordo com a necessidade, para se adaptar ao timbre predominante da assembleia.

“Foi uma composição tipicamente daquelas que a gente faz de trás para frente, isto é, pensando primeiro no objetivo e em quem irá cantar. Então o objetivo é uma música litúrgica, é um hino de Campanha da Fraternidade, tem que ter a sua alegria, o seu encanto, tem que ser intuitiva. E eu penso que, na simplicidade, eu acabei conseguindo isso. E é uma música que será cantada pelo povo, o povão de Deus. Então não pode ser música difícil, tem que ser música fácil de interpretação e que tenha seu apelo”.

Padre Cireneu agradeceu à equipe que trabalhou na seleção das músicas e também à CNBB pela oportunidade para que músicos partilhem os “talentos a serviço do povo de Deus”. Como curiosidade, disse que participou do concurso com o pseudônimo Cecília, uma vez que é uma das regras da seleção entregar o envelope com um nome fictício. “Talvez tenha dado sorte, pois Cecília é o nome da minha mãe, e Cecília é a padroeira dos músicos”, ressalta bem-humorado.

Confira a letra do hino da CF 2019:

“Eis que o Senhor fez conhecer a salvação
E revelou sua justiça às nações”.
Que, neste tempo quaresmal, nossa oração
Transforme a vida, nossos atos e ações.

REF: Pelo direito e a Justiça libertados,
Povos, nações de tantas raças e culturas.
Por tua graça, ó Senhor, ressuscitados,
Somos em Cristo, hoje, novas criaturas.

Foi no deserto que Jesus nos ensinou
A superar toda ganância e tentação.
Arrependei-vos, eis que o tempo já chegou.
Tempo de Paz, Justiça e reconciliação.

Em Jesus Cristo uma nova aliança
Quis o Senhor com o seu povo instaurar.
Um novo reino de justiça e esperança,
Fraternidade, onde todos têm lugar.

Ser um profeta na atual sociedade,
Da ação política, com fé, participar
É o dom de Deus que faz, do amor, fraternidade,
E bem comum faz bem de todos se tornar!

*Fonte: Site da CNBB

Racismo e xenofobia: o cristão vai além da tolerância, diz o Papa

O-cristão-vai-além-da-tolerância-diz-o-PapaO Papa Francisco recebeu no Vaticano os participantes da Conferência mundial sobre o tema “xenofobia, racismo e nacionalismo populista no contexto das migrações mundiais”. Trata-se de um evento ecumênico que se encerrou nesta quinta-feira (20), em Roma, e que foi organizado pelo Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e o Conselho Mundial de Igrejas.

Interesses míopes

O Pontífice constata a manifestação de sentimentos que pareciam superados, como o medo, o desprezo e até mesmo o ódio contra indivíduos ou grupos considerados diferentes em virtude de sua pertença étnica, nacional ou religiosa. Sentimentos que se manifestam em atos de intolerância, discriminação e exclusão. Infelizmente, afirmou o Papa, algumas vertentes políticas cedem à tentação de instrumentalizar esses sentimentos para “míopes interesses eleitorais”.

Todavia, a gravidade desses fenômenos não pode cair na indiferença. Francisco pede um empenho especial às famílias, aos formadores e educadores e aos agentes da comunicação. A quem tira vantagem econômica deste clima de desconfiança, explorando as vítimas em novas formas de escravidão, o Pontífice pede um “profundo exame de consciência”.

Não só tolerar, mas amar

Já os cristãos têm uma responsabilidade a mais em combater as novas formas de xenofobia e racismo, em razão de sua própria natureza. O outro, de fato, não é somente um ser a respeitar em virtude de sua intrínseca dignidade, mas sobretudo um irmão ou uma irmã a amar. Em Cristo, a tolerância se transforma em amor fraterno, em ternura, em solidariedade operativa.

“Ser cristãos é um chamado a ir contracorrente, a reconhecer, acolher e servir o próprio Cristo descartado nos irmãos”. O Papa conclui fazendo votos de que deste Congresso mundial possam surgir outras iniciativas de colaboração, para que “possamos construir juntos sociedades mais justas e solidárias”.

*Fonte: Vatican News

Debate de Aparecida: perguntas dos bispos sintetizam questões que interessam a brasileiros

Debate-Aparecida-1Guilherme Boulos (PSOL), Fernando Haddad (PT), Álvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Henrique Meirelles (MDB), Marina Silva (Rede) e Geraldo Alckmim (PSDB), ao final do debate realizado nessa quinta-feira, 20 de setembro, em Aparecida (SP), foram cumprimentados pelo Cardeal Sergio da Rocha, presidente da CNBB, por Dom Leonardo Steiner, secretário-geral, e por todos os outros bispos que participaram do evento. Os presidenciáveis elogiaram a iniciativa da Conferência e responderam a todas questões colocadas.

O debate foi realizado na forma de um programa de TV e, no último bloco, sete bispos tiveram a ocasião de apresentar grandes questões da vida do brasileiro: superação da violência, gastos públicos com educação e saúde, desigualdade social, defesa da vida, diálogo e polarização política, defesa dos indígenas e povos tradicionais, agricultura familiar e agronegócio.

Candidato x candidato

Os dois blocos do programa dedicados a perguntas feitas de um candidato para o outro foram marcados por algumas acusações e sinais de convergência de propostas. Ciro Gomes demonstrou ter proximidade com quase todos os outros candidatos. Fernando Haddad lembrou os feitos dos governos Lula, enquanto Álvaro Dias o acusou de ter um discurso de ficção, sem realidade. Henrique Meirelles insistiu em sua competência para lidar com crises econômicas e Marina apresentou várias alternativas para que o país saia da esteira de governos do PT, do PSDB e do MDB para experimentar algo novo na política.

Guilherme Boulos falou de sua experiência em movimentos sociais pela moradia e propôs um Brasil que faça revisão sobre qual é a verdadeira polarização que existe, aquela provocada pela injustiça social simbolizada pela existência de meia dúzia de bilionários e milhões de pobres. O candidato Geraldo Alckmin acusou o PT de colocar o Brasil na situação atual e prometeu corrigir várias situações para que o País volte a crescer. Todos, exceto o candidato Meirelles, fizeram críticas ao governo atual.

Jornalistas católicos

Um dos blocos foi ocupado por um time de jornalistas que trabalha nas emissoras que participaram da produção e transmissão do debate: Rede Aparecida, Rede Vida, Rede Século 21, TV Evangelizar, TV Nazaré, TV Horizonte e TV Imaculada. Eles fizeram perguntas aos candidatos com temas variados: refugiados e migrantes, desemprego, urbanização, feminicídio, segurança pública, reforma política e trabalho infantil.

Os candidatos responderam de forma geral. Haddad disse que é preciso combater a intolerância e que é filho de migrantes; o candidato do MDB prometeu criar 10 milhões de empregos; Álvaro Dias falou de defesa das fronteiras; Ciro concordou com Boulos e disse que os grandes centros das cidades devem ser ocupados; Marina prometeu creches; Alckmin criticou o excesso de partidos e Boulos disse que vai criar lista suja de empresas que exploram trabalho infantil.

Local e cobertura

O debate foi realizado na área principal do Centro de Eventos P. Vítor Coelho de Almeida, situado no pátio do Santuário Nacional de Aparecida. Comandados pelo Padre Evaldo César, durante mais de seis meses de muita preparação, foram mobilizados cerca de 150 profissionais para realizar o evento.

Jornalistas dos principais veículos do país estiveram em Aparecida escaladas pelos seus veículos para acompanharem os sete principais candidatos à presidência da República. Eles foram atendidos antes do início do debate na área externa do centro de eventos.

Avaliação

O Cardeal Sergio da Rocha, que fez a abertura do debate, considerou: “Penso que podemos ressaltar que foi atingido, muito bem, o objetivo que foi proposto: conhecer melhor os candidatos, mas a partir de questões que o povo brasileiro sente e que a própria CNBB está expressando“. Ele ainda ressaltou a simbologia do lugar. Aparecida é um centro de peregrinação católica que atrai milhões de pessoas, durante todo o ano. E ainda que não seja uma cidade de fácil acesso com transporte aéreo, os candidatos fizeram questão de estarem presentes.

“Os bispos, atentos à realidade brasileira, trouxeram questões que não são somente de interesse estritamente da Igreja, mas de toda a população”, disse. O presidente da CNBB também lembrou que a participação dos jornalistas católicos ajudou a apresentar aos candidatos várias realidades importantes que merecem uma palavra de cada um deles e que “expressa o diálogo dos candidatos com a própria Igreja. Claro que é um diálogo aberto, como se queria, um diálogo com o conjunto da população brasileira, mas particularmente voltado para os cristãos católicos, aqueles que participam da vida da nossa Igreja, e que têm suas preocupações, suas questões”.

Dom Sergio concluiu: “Eu creio que os bispos conseguiram interpretar muito bem os grandes anseios, as grandes preocupações do povo brasileiro e que precisam estar no programa de governo de quem vai ser eleito”.

Clique aqui e assista o Debate de Aparecida completo.

*Fonte: Site da CNBB
*Fotos: A12.com

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