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Uma Igreja Sinodal: Comunhão, Participação e Missão

Sinodo-2023A encarnação do Verbo Divino no seio da humanidade revelou o grande amor de Deus por todas as criaturas. O Ser humano, criado à sua imagem e semelhança (Gn 1,27), é a obra especial do Criador. Somos frutos do amor incondicional de Deus misericordioso que continuamente revela sua força de amor por todos nós.

Inspirados pela ação do Espírito Santo, a força do amor de Deus, somos conduzidos e inspirados para as boas obras na construção de um mundo humano e fraterno.

O Papa Francisco convoca os cristãos Católicos Apostólicos Romanos em mutirão de ações, para fortalecer a fé, incentivar a fraternidade, consolidar a alegria do evangelho na comunidade humana.

As Igrejas particulares estão convidadas a fazer a abertura do Sínodo. O Pontífice quer ouvir, dialogar, sensibilizar as pessoas no cotidiano para assumir a fé verdadeira, comprometida com a causa do Reino de Deus.

Diz o documento de preparação para o Sínodo: “O Documento Preparatório nos lembra o contexto em que este sínodo está ocorrendo – uma pandemia global, conflitos locais e internacionais, impacto crescente das mudanças climáticas, migração, várias formas de injustiça, racismo, violência, perseguições e crescentes desigualdades em toda a humanidade, para nomear alguns”.

A Igreja é chamada a fazer uma profunda revisão de vida e de ação evangelizadora para diminuir os sofrimentos, aumentar a esperança, chamar as pessoas de boa vontade para construir um mundo mais justo, solidário, sinal do Reino de Deus acontecendo no meio de nós.

Ao convocar este Sínodo (caminhar junto, comunhão), o Papa Francisco convida toda a Igreja a refletir sobre um tema que é decisivo para sua vida e missão: É precisamente este caminho de sinodalidade que Deus espera da Igreja do terceiro milênio.

A arquidiocese de Maringá, fiel ao seu Pastor, o Papa Francisco, caminha junto, em comunhão, convocando todas as pessoas de boa vontade para contribuir na busca do novo normal, para fazer valer a profecia do profeta: “Meu Servo, o justo, fara justos inúmeros homens, carregando sobre si suas culpas” (Is 53,11).

Como Igreja somos comprometidos a viver os ensinamentos do Senhor e professar a fidelidade e comunhão de vida com Ele. O mês de outubro, mês missionário, somos convocados para assumir com coragem a caminhada de revisão que deixa o Espírito de Deus guiar a Igreja. Juntos em oração, escuta, reflexão, estudo, diálogo, inspirado pela força e alegria do Evangelho, traçar novos rumos para superar as dores da humanidade, recuperar a fraternidade, fortalecer a Igreja, sinal, Sacramento da presença de Jesus Cristo no meio de nós.

Afinal, “temos um sumo sacerdote eminente, que entrou nos céus, Jesus, o filho de Deus” (Hb 4,14). A este seguimos, obedecemos, vivemos para fortalecer as relações fraternas entre nós, como expressão magna da nossa missão, criar comunhão, caminhar juntos, sustentar a missão de todos nós.

O texto preparatório afirma: “Todos nós somos chamados em virtude do nosso Batismo a ser participantes ativos na vida da Igreja. Nas paróquias, pequenas comunidades cristãs, movimentos leigos, comunidades religiosas e outras formas de comunhão, mulheres, homens, jovens e idosos, todos somos convidados a escutar uns aos outros para ouvir os impulsos do Espírito Santo, que vem para guiar os nossos esforços humanos, dando vida e vitalidade à Igreja e conduzindo-nos a uma comunhão mais profunda para a nossa missão no mundo”.

Dessa forma, provamos nossa obediência a Cristo: “o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos” (Mc 10,45).

Essa é a Igreja que queremos: Comunhão, Participação e Missão.


Dom Severino Clasen
Arcebispo de Maringá (PR)

Nossa Senhora da Conceição Aparecida

Nossa-Senhora-Aparecida“Com Maria, somos povo de Deus unido pela aliança”.

Celebraremos, no próximo dia 12 de outubro, a Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil. Mais uma vez o povo brasileiro é convidado a voltar-se para a imagem da padroeira do Brasil pedindo sua intercessão por toda a nação.

Peçamos uma vez mais a proteção da Mãe Aparecida para que nos livre da pandemia da Covid-19 e que possamos voltar a nossa vida normal. Que Nossa Senhora da Conceição Aparecida reconforte todas as famílias que perderam seus entes queridos durante essa pandemia e reanime através da fé tantas pessoas que estão desanimadas e sem ânimo devido à pandemia.

Dia 12 de outubro é feriado nacional, pois é o dia da Padroeira do Brasil, em que somos convidados a participar da Missa, pedindo a proteção da Mãe Aparecida. Nesse dia de Nossa Senhora Aparecida é, também, Dia das Crianças. Peçamos à Mãe Aparecida que abençoe e proteja todas as crianças.

Nossa Senhora Aparecida é mais um título dos inúmeros que damos a mãe de Jesus. Onde ela aparece, ela recebe um título. Assim como temos a Nossa Senhora de Lourdes, que apareceu em Lourdes, na França, Nossa Senhora de Fátima, que apareceu em Fátima, em Portugal. Nossa Senhora Aparecida é uma imagem de Nossa Senhora da Conceição que “apareceu” do fundo do Rio Paraíba, em Guaratinguetá, em 1717.

Sempre quando Nossa Senhora aparece é no intuito de revelar algo às pessoas ou para ajudar alguém que se encontra num momento de dificuldade. Nossa Senhora da Conceição Aparecida aparece no Rio Paraíba do Sul para ajudar três pescadores que tinham que pescar peixes para o patrão que iria preparar um grande jantar a noite para o Conde de Assumar, Pedro de Almeida e Portugal, governador da Capitania de São Paulo e Minas de Ouro; e não estavam encontrando peixes e, após acharem a imagem no rio, realizam uma pesca milagrosa. Primeiro acham o corpo e depois a cabeça. Era a imagem de Nossa Senhora da Conceição, que depois foi dado o título de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Nossa Senhora da Conceição Aparecida representava a cor do povo brasileiro sofrido da época e veio em socorro, sobretudo, dos escravos, que sofriam muito nas mãos de seus senhores na época. A imagem era escura por ter ficado um certo tempo no fundo do Rio Paraíba do Sul e de um rio que estava sem peixes. Esse rio se torna vivo, cheio de peixes, após a aparição da imagem milagrosa.

Onde apareceu a imagem, que era o município de Guaratinguetá, tempo depois se torna o município de Aparecida, capital católica da fé, dividindo assim os municípios. A cidade leva o nome de onde apareceu a imagem de Nossa Senhora da Conceição. Após aparecer a imagem e a Igreja aprovar a devoção à mãe de Jesus, foi constituída uma capela para que os devotos pudessem orar à mãe de Jesus. Conforme a devoção foi crescendo, foi construída a Basílica Velha e, tempos depois, foi edificado o maior Santuário mariano da América Latina, que é a Basílica Nova.

Nos dias atuais, o Santuário Nacional recebe milhares de fiéis e romeiros durante todo o ano e, sobretudo, nos dias de festa da Padroeira do Brasil. O povo brasileiro recorre à Mãe Aparecida pedindo proteção para as suas vidas e pela vida de seus familiares. Façamos esse pedido à Mãe Aparecida, para que ela interceda por todos nós.

A partir do dia 3 de outubro, até ao dia 11, fomos convidados a rezar a Novena à Nossa Senhora Aparecida e, no dia 12, a grande festa em honra à Padroeira do Brasil. O tema da festa desse ano é: “Com Maria, somos povo de Deus unido pela aliança”. O tema é bem propício, pois junto com Maria fazemos parte do povo de Deus e somos unidos pela aliança de amor que Ele fez com a humanidade. Essa aliança que Deus fez com o povo de Deus no Antigo Testamento culminou com a aliança eterna a partir da ressurreição de Jesus. Nós fazemos parte desse povo de Deus, escolhido por Ele.

Ainda de acordo com o Reitor do Santuário Nacional, Pe. Eduardo Catalfo, CSsR, os temas da novena desse ano fazem alusão a São José, de acordo com o ano de São José, instituído pelo Papa Francisco. Outro tema tratado é a defesa da vida em todos os sentidos, desde a concepção até a velhice. E por fim, temas como a ecologia, a Eucaristia e a ideia de ser povo de Deus e ser Igreja doméstica estão contidos na novena.

Todos são convidados a acompanhar a novena e festa de Nossa Senhora Aparecida, por meio da internet, TV e rádio. Além de poder fazer em suas casas, em família, adquirindo o livrinho da novena, seja pela internet ou em sua paróquia. E no dia 12, somos convocados a participar da celebração Eucarística em nossas paróquias e comunidades e se não for possível ir à Igreja fisicamente, acompanhar por meio da internet e TV.

Participemos da novena e festa de Nossa Senhora Aparecida 2021, “Com Maria, somos povo de Deus unido pela aliança”. Façamos parte do povo de Deus, unidos pela aliança de amor e com Maria peçamos proteção para a nossa vida e a vida de nossas famílias.


Cardeal Orani João Tempesta

Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

Dia universal das espécies animais

2074374181 9e04a6928bJunto à memória festiva de São Francisco celebramos, com gratidão, a data de nossos amigos, aliados e mestres na nossa peregrinação terrestre: os animais. Atribui-se a Diógenes Laércio, o fundador da filosofia cínica (de cinos, cachorro) a frase: “mais conheço as pessoas mais amo os meus cachorros”. Na verdade, considero mais justa a opinião de Abrahão Lincoln que afirmava que “o amor e cuidado dos animais mostrava o grau de civilização e o termômetro das virtudes de um determinado país”.

Por certo que quem ama e cuida de animais está bem mais perto de ser uma pessoa compassiva, fraterna e pacífica em relação aos seus parceiros humanos. Também, é importante dizer que o cuidado e aprendizado é mútuo e diferenciado. Cada vez está mais reconhecida pela etologia que os animais nos curam, nos protegem e nos tornam pessoas mais presentes e sensíveis.

Neste tempo de pandemia, observamos o quanto ajudaram às pessoas idosas, solitárias e até depressivas, a saírem de seu fechamento e tristeza superando quadros de angústia e perda do sentido da vida. Com eles aprendemos a gratuidade e a dádiva nos relacionamentos, que o estar disponível é mais importante que o fazer afobado, que brincar com humor nos torna mais leves e felizes.

Para muitos que estão em situação de rua, o animal é mostra de fidelidade ímpar que não duvida um instante sequer por dar a vida pelo seu dono, ou melhor, seu líder humano. Um quadro em óleo, do renomado pintor uruguaio Blanes, apresenta uma cena marcante sobre até onde chega a entrega dos animais.

Vê-se o herói Artigas, no que era o seu lugar de comando, empurrando e gritando com dois oficiais que tinham sido enviados pelo General Lecor, comandante das forças portuguesas, propondo sua rendição e oferecendo privilégios e vantagens, já que era inútil sua luta por falta de soldados.

Ele, determinado, retrucou: “digam a seu patrão que, quando me faltem homens, continuarei a lutar com cachorros cimarrões (não domesticados), e, à essa voz, uma matilha de cachorros apresentou-se mostrando os dentes dispostos a atacar os oficiais. Artigas nunca se rendeu, e foi exilado no Paraguay com seu resto de gaúchos, indígenas tapes, negros e cachorros. Agradecemos ao Pai das misericórdias por estes amigos, aliados e companheiros que nunca desistem de nós. Deus seja louvado!


Dom Roberto Francisco Ferreria Paz
Bispo de Campos (RJ)

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