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Brasil, nossa Pátria

bandeira-brasilEstamos na Semana da Pátria e os textos bíblicos deste domingo provocam reflexões oportunas sobre o nosso Brasil e como viver nele como cristãos católicos. Cabe ressaltar que a liturgia católica sempre lê estes textos no 23º domingo do Tempo Comum do Ano B.

O profeta Isaías 35,4-7 anuncia esperança: “Dizei às pessoas deprimidas: ‘Criai ânimo, não tenhais medo! Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar”. O Brasil tem problemas que afetam a situação existencial das pessoas e o funcionamento das instituições. A pandemia da covid-19 se somou a tantos graves problemas existentes e os agravando. O profeta não tem a missão de prever catástrofes, mas sim de anunciar esperança. Por isso, as palavras do profeta Isaías são muito oportunas e alentadores no contexto atual. São palavras dirigidas às pessoas que tem medo. O medo é um bom alerta para os perigos. O coronavírus deve ser temido e estimular a tomada de providências para proteger-se, mas não pode tirar o ânimo de viver, nem impedir a tomada de decisões. É um inimigo a ser enfrentado e derrotado de cabeça erguida.

O salmo 146 reza: “O Senhor é fiel para sempre, faz justiça aos que são oprimidos; ele dá alimento aos famintos, é o Senhor quem liberta os cativos. O Senhor abre os olhos aos cegos, o Senhor faz erguer-se o caído; o Senhor ama aquele que é justo. É o Senhor quem protege o estrangeiro”. O salmo acentua a justiça. O Compêndio da Doutrina Social da Igreja, nos números 201 a 203 ensina sobre os valores fundamentais da vida social e, entre eles está a justiça. “A justiça é um valor. (…) Segundo a sua formulação clássica, ela ‘consiste na vontade constante e firme de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido’. Do ponto de vista subjetivo, a justiça se traduz na atitude determinada pela vontade de reconhecer o outro, como pessoa, ao passo que, do ponto de vista objetivo, ela constitui o critério determinante da moralidade no âmbito intersubjetivo e social. (…) “A justiça, com efeito, não é uma simples convenção humana, porque o que é “justo” não é originalmente determinado pela lei, mas pela identidade profunda do ser humano”.

As palavras do Apóstolo São Tiago 2,1-5 são muito claras e compreensivas. Condenam todas as formas de discriminação, infelizmente ainda tão abundantes no nosso Brasil. “Meus irmãos, a fé que tendes em nosso Senhor Jesus Cristo glorificado não deve admitir acepção de pessoas. Pois bem, imaginai que na vossa reunião entra uma pessoa com anel de ouro no dedo e bem vestida, e também uma pessoa pobre, com sua roupa surrada, e vós dedicais atenção ao que está bem vestido, dizendo-lhe: ‘Vem sentar-te aqui, à vontade’, enquanto dizeis ao pobre: ‘Fica aí, de pé”, ou então: ‘Senta-te aqui no chão, aos meus pés” – não fizestes, então, discriminação entre vós? E não vos tornastes juízes com critérios injustos?”

O santo Evangelho de Marcos 7,31-37 relata a cura de um surdo. “Muito impressionados, diziam: “Ele tem feito bem todas as coisas: Aos surdos fez ouvir e aos mudos falar”. A cura permitiu a esta pessoa ouvir e falar, portanto conseguiu participar mais plenamente na sociedade. Os cidadãos têm o direito de ouvirem informações verdadeiras sobre a situação do país. Como também tem a liberdade de manifestarem-se e de falar. Mas uma comunicação guiada pelo critério da verdade que objetiva a edificação da sociedade fraterna. Disse o Papa Francisco. “Todos somos responsáveis pela comunicação que fazemos, pelas informações que damos, pelo controle que podemos conjuntamente exercer sobre as notícias falsas, desmascarando-as. Todos estamos chamados a ser testemunhas da verdade: a ir ver e partilhar”.


Dom Rodolfo Luís Weber
Arcebispo de Passo Fundo (RS)

“Para onde iremos, Senhor? Só tu tens palavra de Vida Eterna” (Jo 6, 68)

tu-tens-palavras-de-vida-eternaNas últimas cinco semanas nós lemos o sexto capítulo do Evangelho de São João, o chamado capítulo do Pão da Vida, do pão partilhado, o capítulo eucarístico.

Na Eucaristia, Jesus se dá a nós como alimento espiritual que nos sustenta na caminhada rumo ao céu, nos garante sua permanência dia a dia conosco e nos fortalece para viver suas palavras enquanto estamos na Terra tentando construir um mundo baseado na vivência do amor a Deus e no amor ao próximo. Por isso, a Eucaristia está intimamente ligada à caridade que praticamos, repartindo o que temos com aqueles que têm menos ou que nada têm.

No trecho do evangelho do último domingo, o 21º do Tempo Comum, a palavra de Jesus está centrada na interpretação correta a respeito do Pão Eucarístico, ou seja, o que significam suas expressões, repetidas várias vezes: “Eu sou o pão que desceu do céu, quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne entregue pela vida do mundo. […] Em verdade eu vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós […] Pois minha carne é verdadeira comida e meu sangue é verdadeira bebida. Quem se alimenta com minha carne e bebe de meu sangue permanece em mim e eu nele” (Cf. Jo 6, 31-56).

Depois de Jesus ter dito essas coisas na sinagoga de Cafarnaum, muitos começaram a murmurar contra Ele: “Como ele pode nos dar a carne para comer?” Entre os discípulos, outros disseram: “Essa palavra é dura; quem a consegue escutar?” O texto também diz que, a partir destas palavras, muitos discípulos já não andavam com Ele. Foi quando disse, com clareza e determinação: “Vós também não quereis ir embora?”

Observemos que o Senhor não muda o discurso nem dá novas explicações. Em outras ocasiões, Jesus vai dar esclarecimentos sobre palavras não compreendidas pelos seus discípulos, como no caso da parábola do Semeador, mas aqui Ele não dá qualquer explicação e nem muda qualquer de seus termos. Por isso, São Pedro, representando os discípulos que permaneceram fiéis, vai dizer: “Para onde iremos, Senhor? Só tu tens palavra de Vida Eterna” (Jo 6, 68).

Qual seria, então, a verdadeira interpretação da palavra do Senhor a respeito do Pão Eucarístico? Ele estaria falando de um símbolo ou de uma realidade mística e sacramental?

Jesus anunciava neste discurso o que realizaria, mais tarde, na ceia pascal do cenáculo em Jerusalém, na véspera de sua morte, de seu sacrifício na cruz. Lá, Ele tomou o pão e disse: “Tomai e comei, isto é o meu corpo que será entregue por vós”; depois tomou o cálice e disse: “este é cálice de meu sangue que será derramado por vós… tomai e bebei” (Cf. Mt 26, 26-28).

Portanto, Jesus não estava contando uma parábola ou criando um símbolo, mas instituindo uma realidade sacramental: a Eucaristia, onde Ele está realmente presente em corpo e sangue, alma e divindade. Ele, instituindo a Eucaristia, nos dá oportunidade de participar da sua Santa Ceia, da mesma forma que os Apóstolos participaram. Para que tivéssemos esta graça inestimável, Jesus, com seu poder divino, Se dá a nós como alimento e, por amor, permanece perpetuamente com seus discípulos de toda e qualquer geração. Ele é alimento místico para a sua Igreja que, unida, também forma o corpo do Senhor, na expressão de São Paulo sobre o Corpo Místico, onde Cristo é a cabeça e nós somos os membros (Cf. I Cor 12, 12-14).

Ao concluir a leitura e meditação do capítulo 6 de São João, resta-nos agradecer a Jesus por seu imenso amor de poder comungar, recebê-Lo no Santo Sacramento da Eucaristia e fazer-se um com Ele e Ele conosco, para que sua Igreja seja una, unida e forte na missão de espalhar o amor de Deus e ter forças na caminhada para enfrentar as oposições, as ideologias contrárias à fé e à moral, a incredulidade de tantos que abandonam a sua Palavra. Jesus Eucarístico nos conduza para o banquete da eternidade, a nunca errar o caminho, rezando sempre com Pedro e toda a Igreja: “Para onde iremos, Senhor? Só tu tens palavra de Vida Eterna” (Jo 6, 68).


Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora

O Papa: vacinar-se é um ato de amor

Dicasterio-2“Com espírito fraterno, uno-me a esta mensagem de esperança por um futuro mais luminoso. Graças a Deus e ao trabalho de muitos, hoje temos vacinas para nos proteger da Covid-19. Elas dão a esperança de acabar com a pandemia, mas somente se elas estiverem disponíveis para todos e se colaborarmos uns com os outros.”

É o que afirma o Santo Padre numa mensagem em vídeo aos povos latino-americanos, lançando um apelo à consciência de cada um fazendo votos de uma atitude responsável para enfrentar juntos a pandemia.

O amor é também social e político

“Vacinar-se, com vacinas autorizadas pelas autoridades competentes, é um ato de amor. E ajudar a fazer de modo que a maioria das pessoas se vacinem é um ato de amor. Amor por si mesmo, amor pelos familiares e amigos, amor por todos os povos. O amor também é social e político, há amor social e amor político, é universal, sempre transbordante de pequenos gestos de caridade pessoal capazes de transformar e melhorar as sociedades”, prossegue o Papa.

Vacinar-se, um modo simples de promover o bem-comum

Francisco conclui afirmando que vacinar-se é uma forma simples mas profunda de promover o bem comum e de cuidar uns dos outros, especialmente dos mais vulneráveis. “Peço a Deus que cada um possa contribuir com seu pequeno grão de areia, seu pequeno gesto de amor. Por menor que seja, o amor é sempre grande. Contribua com estes pequenos gestos para um futuro melhor.”

Apelo conjunto dos prelados latino-americanos

O apelo do Papa é reforçado por vários cardeais do continente, que foram unânimes em nos lembrar da necessidade de vacinar-se contra o coronavírus. José Horacio Gómez, do México, presidente dos bispos dos EUA, espera que com a ajuda da fé as pessoas possam enfrentar os riscos da pandemia e que todos nós possamos nos vacinar. Carlos Aguiar Retes, Arcebispo de Cidade do México, pediu a vacinação do norte ao sul do continente porque – afirma – estamos todos interligados e a esperança deve ser sem exclusão. O cardeal Hummes se faz porta-voz das mesmas palavras do Papa: vacinar-se é um ato de amor por todos e aponta que os esforços heroicos dos profissionais da saúde produziram vacinas seguras e eficazes para toda a família humana. O cardeal salvadorenho Rosa Chávez falou de uma “responsabilidade moral para toda a comunidade”: “Nossa escolha de vacinar afeta os outros”. O cardeal hondurenho Óscar Andrés Rodríguez Maradiaga também expressou seu apoio à campanha de conscientização: “Ainda temos mais a aprender sobre o vírus, mas uma coisa é verdade: as vacinas autorizadas funcionam e salvam vidas, são uma chave para a cura pessoal e universal”. Do Peru, dom Miguel Cabrejos Vidarte, presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), apelou à unidade e voltou ao aspecto de proteger nossa saúde integral, convidando as pessoas a se vacinarem porque “a vacinação é segura e eficaz”.

Fonte: Site Vatican News

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