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Dar a Deus o que é de Deus

dai-a-Cesar-o-que-e-de-Cesar-e-a-Deus-o-que-e-de-DeusCelebramos, nesse 29º Domingo do Tempo Comum, o Dia Mundial das Missões. Recordemo-nos de que todos somos missionários pelo Batismo e não nos esqueçamos de tantos (as) que escolhem a vocação missionária para irem para longe e lá anunciarem o nome de Cristo. Ao final das Missas desse dia, fizemos uma coleta para auxiliar nas missões, ofertando um pouco do que temos em favor da propagação do santo nome de Jesus, pois ser missionário é levar Jesus para os outros e trazer os outros para Jesus. Se você ainda não fez sua oferta, pode deixá-la na secretaria de sua paróquia.

No contexto de nosso II Sínodo Arquidiocesano, cujo lema missionário é Proclamai o Evangelho pelas ruas e sobre os telhados (cf. Mt 10,27), nesta nossa Arquidiocese de Juiz de Fora, uma Igreja sempre em missão, tivemos ainda a alegria de conferir os Ministérios de Leitor e Acólito aos seminaristas Alex Francisco da Silva e Ronny Moreira de Oliveira e o Ministério de Acólito a Marcus Vinicius Fernandes da Silva, da Diocese Irmã de Óbidos (PA), já tendo recebido o Ministério de Leitor. São missionários pelo Batismo que vão assumindo novas funções em vista da consagração definitiva na Ordem do Diaconado em breve e depois no Presbiterado.

Dois temas bíblicos nos iluminaram nessa celebração missionária. Iniciemos pelo evangelho: Dai a Deus o que é de Deus (Mt 22, 15-21). Esta leitura nos traz o diálogo de Jesus com fariseus e outros líderes do povo de Israel, que querem pô-Lo à prova, armando-Lhe uma cilada para terem motivo de O condenar. Apresentam-Lhe uma moeda do Império Romano, dominador político da região, com a imagem do Imperador Tibério César, na qual aparecia uma frase latina referindo-se a ele como se fosse um Deus. E fizeram a conhecida pergunta capciosa: devemos ou não pagar impostos a César?

Diante de Jesus, estava a realidade social da época, formada por três grupos políticos: os fariseus, que não queriam, por motivos religiosos, pagar o imposto a um rei pagão e idólatra, mas que pagavam forçados por lei; os herodianos e entre eles os saduceus, que embora fossem judeus, eram aliados políticos dos Romanos, gozavam de vantagens por esse motivo e afirmavam que deveriam pagar tais impostos; e ainda os zelotas, que se recusavam, por motivos políticos, a pagar estes impostos, enfrentando até mesmo a legislação.

Qualquer resposta que Jesus desse complicaria sua vida com um desses grupos. Ele, porém, dá uma resposta superinteligente, magistral, perguntando antes: de quem é esta figura esculpida na moeda? Responderam: de César. E Jesus, categoricamente, diz: Pois bem, dai a Cesar o que é de César e a Deus o que é de Deus.

Jesus, na perícope do evangelho de hoje, ensina de forma clara que o principal é justamente a atitude de reconhecer a Deus como nosso único e verdadeiro imperador e rei, pois os reinos e os outros regimes governamentais passam. Tal verdade está explícita na primeira leitura, no texto do Profeta Isaías, quando Deus declara a Ciro, um rei pagão: Eu sou o Senhor; não existe outro. Fora de mim não há Deus (Is 45,5). Sua resposta central está na afirmação: Dai a Deus o que é de Deus.

E o que é de Deus em nós? Como entender isso para a nossa vida de hoje? Dar a Deus a nós mesmos: somos criados à Sua imagem e semelhança. Pelo Batismo, somos de Deus, pelas nossas opções, devemos a Deus o que é de Deus, ao assumir ministérios, na consagração de vida, na dedicação ao diaconado, ao presbiterado. São Paulo, na primeira carta aos Tessalonicenses, afirma: Sabemos, irmãos amados por Deus, que sois do número dos escolhidos (I Tes 1, 4).

Dar a Deus o que é de Deus é nunca recusar a oferecer-Lhe o que Ele espera de nós. Nunca reter, egoisticamente, o que se deve oferecer a Ele. Sacrificar a Deus o que deve a Ele ser sacrificado, como está escrito no Salmo 4: Sacrificai o que é justo oferecer (Sl 4, 6). Oferecer de nós mesmos, nosso dízimo, nossas ofertas voluntárias e amorosas, nosso tempo, nossas obras, nossos pensamentos, nossos olhos, ouvidos, coração.

Tudo a Ele pertence. Tudo a Ele deve ser continuamente oferecido: Dai a Deus o que é de Deus. Com esta liberdade de espírito de não reter nada para nós, mas tudo dar a Ele, podemos dizer de coração a frase motivadora do Mês Missionário deste ano e que se tornou também o lema dos Ministérios conferidos aos queridos irmãos Alex, Ronny e Marcus Vinicius: Eis-me aqui; envia-me! (Is 6,8).


Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora

Rogai por nós, Senhora Aparecida!

DSC 0188Celebramos, na última segunda-feira, 12 de outubro, o Dia de nossa excelsa Padroeira, Nossa Senhora Aparecida. Ainda no contexto desta linda festa, à qual celebramos com certas limitações em 2020, rezemos pela nossa querida Pátria Brasileira, por seus governantes e por seu povo. Somos todos irmãos em busca de paz, harmonia, saúde e vitória sobre os problemas sociais e morais.

Rezemos, sobretudo, pelos pobres e lutemos, com as armas da concórdia, para que todos tenham o necessário para viver e conviver. Não falte, na mesa de ninguém, o vinho da fraternidade, como nos recordou Papa Francisco na Encíclica Fratelli Tutti. Não falte o bom vinho da fé, da esperança e da caridade.

Que a casa dos brasileiros seja como a casa de nossas mães, onde sempre há festa para os filhos. Não falte nesta festa o vinho material do pão, do teto, do emprego, da saúde, e nem o vinho espiritual da partilha, da solidariedade, da justiça e da confiança em Deus. Sobretudo, não falte Jesus, com seus Apóstolos e sua Mãe Santíssima e intercessora.

Acolhendo novamente o capítulo 12 do Apocalipse, recebamos a luz do Sol, que é Cristo, com o qual Maria se reveste e para nós reflete. Ele vencerá, pelo seu poder divinal, o dragão que nos ameaça com sua calda semipoderosa, mas que será derrotado por Miguel e seus Anjos.

Peçamos à Nossa Senhora a graça que precisarmos e Ela, à semelhança da Rainha Ester, nos salvará de qualquer derrota que esteja nos ameaçando. Outra vez ouçamos com fé a sua profética palavra: “Fazei tudo o que Ele vos disser”.

Viva Nossa Senhora Aparecida, Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida!


Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora

Igreja, a Casa de Todos

As novas pinturas internas da Catedral

fernando priamoNo dia 1º de outubro do corrente ano de 2020, quando Deus nos possibilitou celebrar a Missa do Santo Crisma, transferida da Quinta Feira-Santa por motivo da pandemia da Covid-19, inauguramos as novas e belas pinturas internas da Catedral. A ornamentação artística é de autoria de Marcos Machado Monteiro, Marco Tulio Fernandes Nogueira e Sirlene Trindade.

Tais obras, iniciadas em agosto de 2016, foram concluídas no dia de São José, 19 de março passado, e foram abençoadas na festa de Santo Antônio, nosso excelso Padroeiro. Elas se compõem, uma parte, de restauro e outra de complementação das obras iniciadas na década de 1950, e, não se sabe porque, paralisadas em menos de sua metade, tendo sido recobertas de tinta branco-gelo por muitos anos.

Do projeto inicial percebido pelas prospecções realizadas nas paredes, acrescentamos, por nossa iniciativa, as frases bíblicas e hagiográficas, e também as novas pinturas da cúpula, já inauguradas na Páscoa de 2015, obra do artista pouso-alegrense Roberto José Pereira, entre 2013 e 2015, certos de que tudo isso enriquece o diálogo dos fiéis com as mensagens de tais elementos artísticos das paredes, dos tetos e da mencionada cúpula.

Queremos oferecer a Nosso Bom Deus esta obra que deseja refletir o imenso amor dos fiéis e do Clero desta Arquidiocese a Jesus Eucarístico, a Eterna presença do Emanuel, Deus conosco, observando que a pintura central e mais elevada é a cena da partilha de Emaús, que comparece sobre o altar-mor.

Recordemos que todos os espaços litúrgicos, sobretudo os ornamentados com beleza e arte, são também casa do povo de Deus em marcha, onde todos têm seu lugar garantido. Nela, os pobres não são desprezados e nem excluídos, pois aqui também se encontram, em nível de igualdade o seu espaço, sem discriminação e nem diferenças. Sabem que aquele ambiente belo, que muitas vezes não podem obter em casa como gostariam, ou não podem gozar no meio social, a não ser pagando entradas, aqui os têm de forma totalmente gratuita, e mais que isso, sentindo que é sua casa, onde podem encontrar com as maravilhas que Deus, por misericórdia, nos proporciona.

Pela via pulchritudinis, o coração se eleva a Deus e Deus se abaixa misericordiosamente ao coração humano. Deus é belo, autor da beleza, da bondade e da verdade; criador das maravilhas que veremos, em plenitude, no eterno Lar.


Dom Gil Antônio Moreira
Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora

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