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Quaresma: Tempo de Conversão

quaresmaNa quarta-feira de cinzas, a Igreja abre o tempo especial chamado Quaresma. São quarenta dias de reflexão, interiorização e conversão para tornar mais profunda a consciência do que é ser cristão. Quaresma não é tempo de tristeza ou solidão, mas sim de amadurecimento espiritual. O ser humano precisa de momentos fortes para aprofundar suas opções de vida, necessita avaliar a sua caminhada à luz da Palavra de Deus e da oração.

Os quarenta dias evocam momentos importantes da história do povo de Deus: o dilúvio, que durou 40 dias e 40 noites; Moisés, que durante 40 anos ficou no deserto com o povo a caminho da Terra Prometida; o profeta Elias, que caminhou 40 dias até o Monte Horeb em direção ao Senhor, e Jesus, que jejuou 40 dias no deserto.

A Quaresma é o período em que a Igreja prepara-se para a Páscoa, através da oração mais intensa, do jejum e da vivência profunda da caridade, buscando, assim, uma conversão sincera.

A oração ajuda a comunidade e cada batizado em particular, no discernimento do projeto de Deus. A oração desperta e aviva a consciência de que todos somos irmãos, chamados a ter a vida plena.

O jejum é expressão de desprendimento e de liberdade face aos bens terrenos que dispõe a pessoa para a vivência da fraternidade e da solidariedade.

A esmola coloca a comunidade e cada pessoa em sintonia com os mais necessitados e excluídos. Nesse confronto somos chamados à partilha, motivados pela fé e pelo amor aos irmãos e irmãs. 

A Quaresma vivida num processo de conversão contínua nos levará à celebração da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, possibilitando-nos a experiência profunda de inserção no Mistério Pascal de Cristo; Mistério que atua no presente da vida humana até completar-se na eternidade.

                                                            Mons. Luiz Carlos de Paula
                                                         Pároco da Catedral Metropolitana
                                                   Vigário-geral da Arquidiocese de Juiz de Fora


Artes na Catedral Metropolitana de Juiz de Fora

pinturaA Sagrada Escritura nos revela que desde os tempos do Antigo Testamento, o Povo de Deus sempre teve um cuidado muito grande para com o Templo de Deus, a Morada do Altíssimo: “O zelo pela tua casa me consome” (Sl 69,10). Assim sendo, também os juiz-foranos com seus líderes católicos cuidaram e cuidam muito bem da Catedral e das demais igrejas.

A nossa Catedral Metropolitana foi construída em estilo romano. Ela possui seis altares laterais (Nossa Senhora de Fátima, São Francisco, Santa Mônica, Sagrado Coração de Jesus, Sagrado Coração de Maria, Nossa Senhora do Carmo), além do altar-mor. Diversos vitrais enfeitam a Igreja. No altar-mor, há três imagens: a do padroeiro, Santo Antônio, Nossa Senhora e São José. Um painel de mármore que retrata a morte de Santo Antônio enfeita o local, junto com desenhos de trigo e uva. A Igreja possui uma belíssima imagem de “Santo Antônio” que, recentemente, foi restaurada.

Outro destaque da Catedral são as pinturas. No altar principal, a Santíssima Trindade e Jesus pregando para os doutores da lei e para as multidões que o seguiam. Há, debaixo da abóboda, pinturas dos quatro evangelistas. No corredor, estão: Cordeiro de Deus, São Pedro e São Paulo, Anjos e Santa Cecília. Cada altar lateral também possui sua respectiva pintura e na entrada, perto da porta principal, São Pio X. Os quadros da Via-Sacra são feitos de gesso, coloridos e em alto relevo. Na área externa, próximo ao portão de entrada da praça temos uma estátua em tamanho natural de Dom Justino José de Sant’ana, primeiro Bispo de Juiz de Fora.

vitral“A arte sacra é verdadeira e bela quando corresponde, por sua forma, a sua vocação própria: evocar e glorificar, na fé e na adoração, o Mistério transcendente de Deus, beleza excelsa invisível de verdade e amor, revelada em Cristo, ‘resplendor de sua glória, expressão de seu Ser’ (Hb 1,3), em quem ‘habita corporalmente toda a plenitude da divindade’ (Cl 2,9), beleza espiritual refletida na Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus, nos anjos santos. A arte sacra verdadeira leva o homem à adoração, à oração e ao amor de Deus Criador e Salvador, Santo e Santificador’. (Catecismo da Igreja Católica §2502)

Nos últimos anos, a Catedral vem sendo reformada com grande cuidado para que seja respeitada a sua história. A pintura da cúpula, que está em fase de conclusão, retrata a Assunção de Nossa Senhora, Mãe de Deus e nossa e Santo Antônio, em três momentos de sua vida: na pregação aos peixes, na passagem em que a mula se curva diante do Santíssimo Sacramento e na sua ida para o céu, sendo acolhido por Jesus. Em breve começaremos a fase de restauração e pintura interna recuperando as pinturas antigas. 

Como afirmou o Papa Francisco: “Em todas as épocas, a Igreja apelou às artes para dar expressão à beleza de sua fé e proclamar a mensagem evangélica da magnificência da criação de Deus, da dignidade do homem, criado à sua imagem e semelhança, e do poder da morte e ressurreição de Cristo levar redenção e renascimento a um mundo marcado pela tragédia do pecado e da morte”.

A Arte Sacra evangeliza, abre o coração do ser humano para que ele possa acolher Deus e a sua Palavra e assim, viver em comunhão com Aquele que é digno de toda honra e toda glória.

 

                                                    Dom Gil Antônio Moreira
                                            Arcebispo Metropolitano de Juiz de Fora


Natal, Festa da Ternura

FamiliaEstamos vivendo o último mês do ano e nele celebramos muitos momentos marcantes na nossa vida eclesial. Começamos um novo Ano Litúrgico com o Tempo do Advento, que nos prepara para a Celebração do Natal e também para a volta de Jesus Cristo, visivelmente, no final dos tempos.

O mês de dezembro nos coloca diante da importância da avaliação da nossa caminhada anual, momento em que percebemos nossas conquistas e falhas e nos projetamos para o ano novo que se aproxima; isto deve acontecer em nível pessoal, familiar, eclesial e social.

É Natal. Nós só entendemos, de verdade, o que é o natal se o contemplarmos olhando o Deus-criança. Então, entendemos a grandeza desta festa, pois percebemos a humildade de Deus, que quer ser um de nós, fazendo parte de nossa história, assumindo as nossas condições humanas, para que, assim, possamos sentir o Deus que se interessa pela nossa vida concreta porque partilha da nossa história.

O espírito de Natal deve ser o grande inspirador de todos os nossos projetos. O nascimento de Jesus é o grande projeto amoroso de Deus para levar toda a humanidade à salvação plena, à fraternidade, a condições dignas. Deus entra na história para fazê-la história de grandeza espiritual e ética, transformando todas as realidades. O Evangelho proposto por Cristo é o grande projeto de valores éticos e humanos capazes de dar rumos mais felizes à história das pessoas e dos povos.

Natal é a presença de Deus em forma de criança! Um Deus que chega peregrino, sem casa e sem berço, mas acalentado pelo carinho de Maria e de José. Ele quis ter uma família. Cristo é a presença visível de Deus na nossa história, é uma presença que não mais acaba. É fraterna, perene e transformadora.

“Nasceu para nós o Salvador, que é o Cristo Senhor” (Lc 2,11). Na união com Ele, no compromisso com o seu Evangelho, o mundo caminhará para a reconciliação e a paz, eliminando o mal e construindo o Reino do amor. É necessário que busquemos a paz onde ela se deixa encontrar: na gruta de Belém, pois, mesmo muitas vezes inconsciente, o mundo deseja ver Jesus, pois só Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida.

                                                    Mons. Luiz Carlos de Paula
                                                          Pároco da Catedral



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